Capitulo 42.

07/09/2010 01:49

O tempo se passou, pessosas chegavam e saíam e nós continuavamos alí, no nosso momento, no nosso recomeço. Quando finalmente nossos corações se acalmaram, quando finalmente nossas almas secaram, nos distanciamos e nos olhamos olho no olho. Muito havia sido lavado e restarado, mas muito mais tinha que ser organizado e limpo.
Foi como uma luz no fim do túnel quando ele sorriu pra mim. Aquele sorriso sincero que eu amava tanto, aquele sorriso alegre, aquele sorriso expontâneo, aquele sorriso meigo, enfim aquele sorriso único dele.

-Acho que está tarde... -Ele olhou pro céu, querendo fugir do proximo debate.
-Pois é, mas acho que vou passear por aí ainda. Quero aproveitar minha folga ao máximo! -Rimos juntos.
-Agora tem dia de folga? Que chique. -Ele elogiou.
-Pois é, querido u-u Agora sou contratada da Popula *-* Toda quarta-feira dou uma de colegial! -Ele deu risadas.
-Tô vendo, daqui a pouco tá uma publicitária famosa. -Ele me elogiou com gosto.
-Qué isso, não vamos exagerar né!

Rimos juntos. O som do sorriso dele me contagiava, era incrível! Porém, uma coisa quebrou o nosso clima de descontração. Feia e ridícula, Betty apareceu acabando com o ar da minha graça.

-Zac! -Ela sorriu e sentou na mesa sem pedir licença.
-Oi B - Ele sorriu e os dois se cumprimentaram com um abraço e beijos no rosto, gr pra ela.
-Oi Vanessa -Ela disse com desgosto.
-Oi, bom... eu já estava de saída né? -Eu realmente não queria assistir as cenas que estariam por vir.
-Fica mais um pouco... -Ele implorou, reprimindo um pouco da extrema vontade.
-Está tarde, ainda quero comprar umas coisas pra Stella e pra mainha. Mande um beijo pra tia Starla. -Sorri e ele caiu na gargalhada.
-Uhum, ela mandou um tiro pra você! -Rimos euforicamente. -Mas nos falamos amanhã na faculdade, né?
-Claro, eu te procuro antes da aula. -Eu estava completamente feliz.
-Certo então, um beijo Van. -Ele falou todo meigo. Eu sorri.
-Beijos, Zac. -Saí acenando e não falei com Bitch

Quando esperava para atravessar a rua, vi aquela senhora na loja que ficada de esquina, do outro lado da rua. Atravessei assim que pude e fui encontrá-la na loja. Queria saber mais sobre o ocorrido, ainda estava encucada. Assim que a avistei, pagando algumas compras, me aproximei.

-Moça?
-Sim, querida? -Ela me olhou e me reconheceu. -Ah! Você é a tal Vanessa, sim?
-É, sou eu. Qual seu nome?
-Rose, Rose Woods. Como está?
-Muito bem... Como soube daquela história?
-Eu sei muito pouco. Só o que me revelou Deus. -Ela olhou pra cima, sempre calma e paciente.
-O que ele lhe revelou? -Disse curiosa.
-Me revelou que você precisa de perdão, não encontra paz. Me disse que seu coração esta triste e vazio. E disse mais, falou-me que tinha haver com seu relacionamento passado, e que este era o momento para conversarem. Só isso, querida. -Ela sorriu.
-Como Deus lhe falou tudo isso? Ele está tão longe...
-Ah, minha pequena! Ele está mais perto do que você imagina. -Ela sorriu, pegou as compras e se dirigu a porta da loja.

Fiquei estática enquanto via a gentil senhora abrir a porta da lojinha vagabunda e colocar o primeiro pé na rua. Eu estava a achando louca. Nunca fui de acreditar no poder divino, muito menos que ele possa interferir na minha vida. Sempre fui muito técnica quando o assunto era religião. Deus criou mundo e os homens e ponto final.

-Não quer passear comigo? -Rose me convidou, alegre.
-Uhum. -Respondi sem pensar e fui.

No caminho ela me contava sobre como Deus era bom e justo. Falou de alguns persnagens da Bíblia como Jó, Moisés e Davi. Ela me falava como se contasse histórias bonitas á crianças, eu estava fascinada pelo modo como falava. Então depois de me falar um pouco das vitórias e das glórias do "povo de Deus", quis saber da minha vida. Eu hesitei.

-Mas me conte, querida. Por que brigou com o rapaz? -Ela parou no lugar onde Zac se divertia com Bitch.
-Por favor, podemos continuar andando? -Ela continuou a caminhada, e e ua segui.
-Certamente. Mas e aí? O que aconteceu para você precisar tanto de perdão?
-É complicado. -Não queria falar.
-Tudo é complicado quando se envolve duas pessoas. -Elas sorriu.
-Eu.. eu o traí.

Diferentemente de Jéssica, ela sorriu pra mim. Não fez cara de espanto, nem de repugnância, simplesmente sorriu e continuou a caminhar comigo, e claro: a conversar.

-Pequena, ele não irá lhe perdoar. -Fez uma pausa que me preocupou. -Se você não se perdoar primeiro. -Sorriu.
-Não. Quando ele me perdoar aí sim vou conseguir me livrar da culpa.
-Isso é o que você pensa! -Ela sorriu alegre. -O coração dele só conhecerá o perdão quando o seu o tratar com intimidade. -Ela falou com sabedoria.
-Então como posso me perdoar? O que preciso fazer? -Faria de tudo para tal.
-Você não pode se perdoar. -Me irritei, que mulher complicada!
-Mas você acabou de me dizer que EU tinha que me perdoar, Rose!
-Sim, disse. Mas o perdão não é humano, é divino. -Ela sorriu mais uma vez com sabedoria.
-Então Deus tem que me perdoar?
-Isso! -Ela se alegrou com a minha capacidade de interpretação.
-Então estou perdida. Deus é justo, veio para castigar não pra perdoar. -Desanimei.
-Que concepção absurda! -Ela sorriu com paciência. -Deus é justo e amoroso. Ele castiga e perdoa.
-Que contradição, Rose. -Eu estava realmente confusa. -Como pode?
-Vou lhe contar uma história. -Ela parou e sentou-se em um banco de praça.

A acompanhei, e antes que começasse a história fiquei pensando em muitas coisas. Será que realmente eu poderia ter Zac de volta? Será que realmente um dia ele ia me perdoar, ou até mesmo... será que Deus relmente podia perdoar? Com essas e outras questões na cabeça ouvi atentamente a história.

-Existiu um rei em Judá, que começou a governar com apenas 12 anos. O nome dele era Manassés, e assim que subiu ao trono, começou a fazer coisas que Deus não gostava. Manassés praticou todo tipo de abominação envolvendo-se com astrologia, bruxaria, invocando espíritos e desejando o mal para o outros. Advinhava pelas nuves, era agoureiro¹, praticava feitiçaria e se consultava com necromantes² e feiticeiros. Somando isso tudo, ainda chegou ao extremo de sacrificar os próprios filhos em oferta a deuses pagãos. -Acho que ela viu minha cara de susto e de pavor, porque sorriu com gentileza. -Além disso, ele pôs uma imagem no templo, prestando-lhe adorção, levando também o povo de Judá a pecar, pois provocou o derramamento de muito sangue contra a vontade de Deus. Tal homem não praticou apenas um ato abominável, mas vários e simultaneamente a partir dos 12 anos de idade e por mais de 40 anos! -Pus a mão na boca. OMG! -Foi mais de meio século de maldade, perversidade, dureza de coração, paganismo e idolatria. Manassés não só se afastou de Deus como levou su geração inteira a afastar-se também. -Ela me olhou nos olhos. -Conta-nos a Bíblia que Manassés é preso e levado para a Babilônia e colocado numa masmorra. Fica ali durante meses e sua conciência começa a pesar. Até que um dia ele acorda, ajoelha-se e ora a Deus, confessando os seus pecados e mostrando-se arrependido, com lágrimas, ou seja, se humilhando diante de Deus ele pede perdão. Agora me diga, Vanessa... Você o perdoaria?
-Claro que não! Ele merecia morrer! Ser esquartejado, não sei! Não merece perdão! -Disse convicta e com raiva.
-Pois é, mas Deus o perdoou.

O silêncio reinou entre nós. Ela sorriu prestativa e eu comecei a pensar nas coisas horríveis que Manassés havia feito, nas coisas desumanas e malígnas que ele havia feito. Como perdoar um homem assim? Só porque se arrependeu?

-Por que Deus o perdoou?
-Porque Deus se deixa emocionar pelo arrependimento humano, pela lágrima, pela dor. Depois que se arrependemos, e que queremos tirar o pecado de nós, Deusm uda de lado, sendo jamais nosso inimigo e sim nosso amigo e salvador. É ele quem nos tira da depressão, e com sua presença meiga e suave consola-nos nos momentos de sofrimento. É ele quem nos abre horizontes, mostrando-nos novas perspectivas de vida. Esse mesmo Deus que possibilitou uma nova vida a Manassés, jamais iria te negar perdão se você realmente se arrependesse. -Ela olhou pra mim, lágrimas molhavam meu rosto perplexo.
-Mas eu não conheço Deus. Eu não sei orar, eu nunca dei a mínima importância pra ele. Rose, eu quero muito esse perdão, mas não sou digna de tal. -Fui sincera.
-Já deste o primeiro passo. -Ela sorriu mais uma vez. -Sabes que não mereces, basta crer.
-Crer em quê?
-Conhece a história de Jesus?

Ela me contou mais esta história linda. Naquela tarde muita coisa mudou. Eu agora conhecera uma pessoa nova, que sempre esteve comigo e que eu podia contar em qualquer momento. Conhecera uma pessoa que foi capaz de morrer por mim, que nunca dei a mínima importancia, conhecera uma pessoa que me esperava. Rose ficou comigo até umas 9 horas, conversamos sobre várias coisas, e ela me explicou o caminho para eu ser feliz. Ah, ela me deu um presente também: uma Bíblia.
Quando caminhava pra casa, fui orando como ela me ensinara. Pedindo perdão por cada coisa que eu me lembrava que havia feito de errado, por cada mínimo detalhe, por cada queda. Tomei banho, jantei e fui me deitar no mesmo ritmo, sempre pedindo perdão. Ás vezes eu perdia algumas lágrimas, só de pensar no que fizera, mas depois me sentia aliviada. Eram duas da manhã quando enfim, pedi perdão pela traição. Fiquei até as 5h chorando e contando a Deus minhas angústias em relação a isto. Foi uma noite de total restauração.
Dormi apenas uma hora. Mas acordei disposta de contente. Não sentia mais a culpa cortante, nem a dor pulsante. Eu me sentia inteira e feliz do jeito que estava, mas é como diz a poeta: "Eu não preciso dele nem pra andar e nem pra ser feliz, mas como seria bom andar e ser feliz ao seu lado".

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¹ - Advinho
² - Advinhação por meio de evocação de espíritos

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Espero que gostem, quero ver os comentários $: Ah, já que vocês não estão seguindo o Twitter, vou fechar. :/ Quem quiser ME seguir: @rutecmuniz Lá eu vou falar do Site també, fiquem ligadas! Beijos s2

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