Capitulo 19.

27/12/2009 19:32

Eu atendi sem ânimo, o choro engasgado, rasgando a alma.

-Quem é?
-Desculpe, por favor peça a educada moça da recepção me deixar-me subir. -Senti um alívio quando ouvi a voz dele.
-Não. Não. Você mesmo falou que era errado. -Solucei relutante.
-Que se dane que é errado, vai ser mais errado tentar esquecer tudo, outra vez. -Senti uma dor no coração e desliguei o celular.

Joguei o celular na cama e me debrucei contra o telefone, 201. Chamou, e uma mulher, parecendo simpática, me atendeu, logo depois eu ouvi os gritos de Chace.

-Boa Noite, o que deseja?
-Boa Noite, que gritos são estes?
-Um homem maluco querendo invadir o apartamento da ex-namorada que entrou desesperada aqui, imagine só oque ele pode fazer a ela?
-Hm, muito sério. Pode deixa-lo subir.
-Oh, não vi o apartamento, dona Vanessa tem certeza? -Eu ainda ouvia os gritos e as batidas ignoradas no balcão.
-Tudo bem, Sol. Eu sei onde fica o botão de emergência, fique alerta. - Sorri e ela me acompanhou. -Diga a ele, que eu pedi pra ele se acalmar porque não tenho dinheiro pra pagar uma súbta destruíção do Hotel. -Ela sorriu.
-Tudo bem dona Vanessa. - Chace ouviu meu nome e começou a gritar pedindo para falar comigo um minuto. -Vou desligar antes que ele arranque o telefone das minhas mãos.
-Ok, obrigada Sol. -Eu sorri grata.
-De nada, boa noite.

Desliguei e fiquei pensando em minhas atitudes, eu não devia ter aceitado isso. Andei durante cinco minutos de um lado pro outro, sem sabero que fazer, sem me decidir. Quando ouvi batidas agoniadas na porta, coloquei um roupão e abri a porta, logo ele passou, melancólico, lágrimas caindo pelo rosto.

-Amor, me desculpe, amor, eu.. eu.. eu pensava que ia.. eu não consegui.. me desculpe, me.. desculpe, amor. -Ele soluçava, me magoava vê-lo tão perdido, sem nexo.
-Não dá, você estava certo. Tudo o que você disse está mais do que certo, eu não posso mais continuar com isso. Você merece uma pessoa melhor, e não uma doida que fica dividida entre dois homens.
-Eu amo você assim, dividida entre mim e o Zac e que não consegue se estabilizar. Eu te amo. -Ele choramiungava, exausto.
-Pare com isso, você vai conseguir viver sem mim, eu sei. -Eu sorri relutante.
-Não, não vou. Pelo menos, por enquanto. Você acha que se eu não tivesse percebido isso, eu voltaria? Eu.. brigaria com a recepcionista, pra entrar nesse quarto? Você.. sinceramente acha que se eu não estivesse conciente da besteira que eu estou fazendo agora, e do fim trágico para mim, eu estaria fazendo isso? Só tem um motivo, eu te amo. -Ele me olhou angustiado, e depois de dois segundos sem minha resposta ele falou decidido. - Tudo bem, se você não quer fale, e eu não lhe procuro mais. Mas, enquanto você não der uma resposta, eu não vou sair daqui. Ouviu, não foi?

Eu fiquei parada pensando, depois, como uma garotinha idiota, como uma pessoa ignorante, comecei a chorar, sem nada dizer. Ele me abraçou e apertou seus lábios em meus cabelos. Jás passavam das onze, e eu iria trabalhar ás 8 no outro dia. Além da hora alarmante no relógio, meu celular, saudoso, pedia para eu atender minha mãe.

-Minha mãe, um minuto. - Eu me afastei dele, sem querer, e rapidamente pus o celular na orelha. -Oi, mãe.
-Filha, saudades. Tudo bem?
-Sim, mãe. Como você está?
-Bem, mas preocupada.
-O que aconteceu? -Eu me assustei.
-Com você, porque não dá notícias, mas principalmente, com o Zac. -Ela desabafou.
-Desculpe, mas.. o que aconteceu com ele? -O pânico me invadiu.
-Nunca tive nenhuma objeção a ele, rapaz direito, faz faculdade, trabalha. Mas eu acho que esse 'amor' de vocês foi longe demais.
-Mãe, seja clara. Ele está bem? -Eu estava nervosa, andava de um lado pro outro.
-Não, claro que não está bem. Estava conversando com Starla, e ela me falou aflita, que a pior coisa que você já tinha feito, foi ir pra New York. Disse-me que Zac só dorme depois das 3 hrs da manhã, tocando violão, a mesma música todas as noites. E acorda ás 6 hrs, sem reclamar, super disposto. Mal fica em casa, passa o dia inteiro fora, e Scott lhe falou que chegou a brigar com ele porque ele não queria jantar, pois ele não havia nem se quer visto comida durante o resto do dia. E você pensa que é só? Hã, não é. Ashley me contou que ele vive triste, dizendo que sente sua falta. Isso não é normal, não é saudável, você devia conversar com ele, afinal, ele é seu namorado.

As palavras foram invadindo a minha mente e despertando a parte mais doce da minha alma. A preocupação por aquela pessoa que me fizera tão bem, despertou-se de um sono profundo e veio a tona me deixando leve e calma.

-Tudo bem, mãe. Não se preoupe, hoje mesmo vou ligar para ele. Mas.. me diga, alguma novidade por aí?
-Ah! Você não sabe, sua irmã, está namorando a peste do time de basquete! Não é incrível? -Ela fala ironicamente, e eu me divertia, sentia falta disso. - Estou uma fera com ela, até parece, eu nem faço idéia de quem é o garoto, muito menso os pais dele. Aiai, quem dera que ela tivesse juízo que nem você e namorasse um Zca da vida! -Ela se lamentava e eu ria cada vez mais.
-Ah, mãe. Eu não comecei a namorar um 'Zac da vida'. Eu tive minha recaidas! -Rimos juntas.
-Pra mim ele tinha sido seu terceiro namorado, dona Vanessa!
-Ah, na verdade ele foi o terceiro sério. Mais antes do Lucca, eu namorei mais 5 garotos, não duraram 2 meses, no máximo 4.
-Que desastre! - Ela brincou. - Mas, pelo menos você acertou, né. Marquem logo a data do casamento, e logo depois, já quero netos, ouviu né? Se possível, resolvam isso na lua-de-mel! -Rimos juntas novamente, e ela começou com o discurso: 'não transe antes de dizer sim.' Eu não podia fazer nada, já tinha feito isso mesmo. Tempo depois.
-Bom filha, eu vou dormir. Mas, dê notícias. Eu fico preocupada com você. Eu te amo, beijos.
-Também te amo mãe, ligo sim. Eu também. Até mais. -Desliguei.

Chace estava sentado na cama, observando-me. Eu tentei não olhá-lo muito enquanto discava um novo número. Não chegou nem a completar a segunda chamada.

-Vanessa? -A voz doce invadiu meus ouvidos.
-Oi amor, eu estava com saudades. Como está? -Fui driblando-o.
-Estou bem, mas.. morrendo de saudades. Não tem como voltar mais cedo? -Ele implorava sem forçar a barra.
-Não, não tem. Mas.. você está bem mesmo? -Ele sacou pelo meu tom de voz.
-Ok, o que foi que a Ashley te falou? -Ele disse num tom monótono.
-Nada, na verdade, ela não falou nada.
-Não mente, com certeza ela falou.
-E ela tinha alguma cosia pra falar? -Queria que ele confessasse.
-Não, mas ela está paranoica. Vamos, o que ela falou? -Ele insistia.
-Minha mãe acabou de me ligar, e me disse que sua mãe estava louca. Simplesmente porque um dos filhos dela fica tocando violão até 3 hrs da manhã, acorda cedo, não dorme direito, não come e não faz nada além de respirar. Será que falo do Dylan? -Ele percebeu minha ameaça.
-Sua mãe? -Ele tentava fugir um pouco, ganhar tempo.
-Isso, minha mãe. Zac, você não pode fazer isso.
-Você.. não tava falando do Dylan? -Ele caçoou, porém eu não ri.
-Zac, eu estou falando sério. Não pode se anular, simplesmente porque não estou perto. Isso é insano, pare com isso. Eu sei que você sofre e sente minha falta, eu também sinto, mesmo. Mas nem por isso, não como, não trabalho, porque sei que isso vai nos ajudar no futuro, e a distância ás vezes ajuda.
-Você quer que eu faça o que com as 4 hrs por dia, que eu passava com você?
-Divirta-se. Agora, você tem o Scott. Eu tenho certeza, que ele não abriria mão de ir á um bar, tomar umas e outras, só não fique bêbado por favor.
-O Scott agora tem a Ashley. Eles estão meio que juntos, nada oficial, mas.. você entende. -Ele procurava justificativas.
-Mas ele é seu melhor amigo, tenho certeza que ele sairia com você, se voê pedisse. Eu conheci algumas pessoas legais no trabalho, e eu me distraio com elas, é divertido. Claro, continuo sentindo sua falta, mas.. eu tento me animar. Tente também, eu sei que você consegue. -Eu falei num tom doce, para que ele aceitasse melhor.
-Tudo bem, desculpe. Eu.. só não consgio viver muito tempo sem você. -Admitu enfim.
-Eu entendo, meu amor. Mas, não faça mais isso, eu quase tive um ataque quando minha ma~e falou, eu fico preocupada.
-Ok, ok. Eu não faço mais. Não quero ver você nem triste, muito menos preocupada comigo. Eu prometo, não faço mais.
-Obrigada, eu te amo. -Eu sorri com a verdade que comçava a aparecer em minahs palavras.
-Eu também lhe amo. Ligue mais. -Ele pedia.
-Tudo bem, eu ligo. Mas, agora eu vou desligar. É tarde e eu acordo cedo, e você também. Durma bem, sonhe comigo. -Eu sorri outra vez.
-Você é a única dona dos meus sonhos, princesa. Boa noite, preocupadinha. -Ele sorriu também.
-Eu te amo, tchau. -Falei num sussurro.
-Pra sempre. -Desliguei sorrindo.

Pus o celular na cômoda, Chace ainda me observava. Agora eu ia enfrentar meus reais problemas, o sonho tinha acabado com o 'pra sempre' no telefone, eu estava nervosa outra vez, sem saber o que fazer, o que falar, como agira. Era agora ou nunca.

--x--

FELIZ ANO NOVO *--* (atrsado, mas vale) Espero que gostem, beijos! :*

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