Capitulo 15.

Robert riu, sem me acalmar nem um pouco. Logo depois me refiz e entramos na Popula. Não tive muito tempo pra pensar, eram muitas coisas novas, agora eu tinha uma sala própria, pelo visto Jason falou muito bem de mim. Assim que consegui ficar sozinha, longe de falsos sorrisos, abraços e boas vindas, desabei num choro, e isso me reconfortou. Meu consolo, meu abrigo, agora me fazia medo, era obscuro e eu queria fugir dele. Um rosto familiar e alegre se estende pela porta, logo depois uma batida.

-Bem-vinda, posso entrar? -Taylor falava estoneante.
-Pode sim, claro. -Enxuguei as lágrimas e me recompus com facilidade.
-Bem.. sou sua nova secretária.
-Secretária? Meu Deus, eu tenho uma? Agora vamos ver: sala nova, acessor, secretária.. acho que vou querer um cartão de crédito sem limites e um SPA. -Rimos juntas, divertidas.
-Hm, antes de falar sobre trabalho gostaria de lhe agradecer.
-Agradecer?
-Sim, agradecer. Você tem feito um bem enorme ao meu irmão, e lhe sou grata. Eu nunca o vi alienado deste jeito desde que Sharon morreu. Sempre mulheres, mulheres, mulheres, mas nunca a mulher. 
-Sharon?
-Uhum, a ex-mulher dele. Não sei se devia lhe falar, pelo visto ele não contou. Mas queria agradecer. -Ela sorriu gentilmente.
-Não, ele não contou, mas fiquei curiosa. -Sorri tímida. Meu Deus, ele tem uma família muito complciada. Ai ai.
-Acho melhor ele prórpio lhe contar, afinal, não quero ser culpada depois. Enfim, ele mudou bastante, está apaixonado, obrigada. Você não sabe o bem que me faz porque eu o amo muito. Ele foi meu pai, meu irmão, meu melhor amigo. Acho que você é a garota certa, mas.. parece-me que vai embora. - Ela sorriu, mas lamentou. - Ele já sabe? -Ela parecia aflita.
-Sabe, Taylor. Não se preocupe, na verdade.. ele que insistiu nisso, tal como eu insisto para saber da tal Sharon. -Eu não ia desistir.
-Foram casados. Ele a amava muito, lembro que precisou de terapias e até perdeu o emprego, ela sofreu um acidente de carro e morreu na hora. Junto com o filho. -Taylor disfarçou uma lágrima, eu estava chocada.
-Filho?
-Sim, sim. Ela estava grávida de 4 meses. Chace estava completamente realizado, mas perdeu os dois. Ah, e não comente com ele. Não sei até que ponto ele superou. -Lágrimas surgiram em meu rosto. Que alma sofrida, massarada pela vida, Senhor!
-Tudo bem, eu.. não vou comentar. Mas.. obrigada. É bom pra eu não falar nada que lembre-o. -Enxuguei uma que insistia em querer cair.
-Não fique assim. Acontece, culpa dos bêbados que não pensam na vida das outras pessoas, que same nas ruas sem nenhuma conciência, e destroem famílias e vidas. Mas.. Jane já mandou-me um projeto para você. Prada. Acho melhor eu ir, tenho que organizar sua agenda. Logo, lhe trago todo o projeto, 5 minutos. -Ela piscou e sorriu alegre.
-Agenda? GOSH! -Brinquei.
-Pois é, dona Vanessa. Agora tem tudo, agenda, secretária, e pode deixar que eu deixo um tempinho depois do horário do almoço livre, pedidos do Chace. -Ela pisocu e gargalhou.
-Esse Chace, tem nada na cabeça! - Rimos juntas. - Mas vá, quem está lhe atrapalhando agora sou eu!
-Bom dia, logo volto. -Ela sorriue saiu fechando a porta.

Deus! Nunca me senti tão confusa na vida! Primeiro que é impossível se amar uma pessoa que lhe estrupou, e segundo que.. ele não seria capaz. Alguém que casou, 'teve' filhos, cuidou da irmã como um, jamais teria coragem de machucar ou fazer tal coisa. Disto eu estava certa, Robert era maluco ou disse isso apenas para me ganhar. Abri o Messeger,  todos os programas que eu gostava de usar para propaganda. Logo, assim como ela havia dito, Taylor voltou e deixou uma pasta.

-Está tudo aí. O prazo é de três dias, mas se quizer conferir, página 4. -Ela piscou, sorriu e saiu novamente sem nem dar tempo de eu responder, acho que está ocupada.

Li todo o projeto. Não era tão complicado, apenas um marketing perfeito para a nova coleção da Prada. Fui juntando as peças, e elaborando frases elegantes, afinal Prada, até o diabo veste!
Quando olhei no relógico, eram quase quatro da tarde, tomei um susto pois eu não sentia fome e não havia almoçado. Salvei até onde tinha ido, fechei os programas, arrumei a mesa, e peguei a bolsa, percebendo que estava exausta por ficar sentada tantas horas seguidas. Quando fui esticar meu pescoço, senti a marca roxa, e a toquei de leve. Doía um pouco, suportável. Quase gritei quando vi Taylor me observando.

-Taylor! -Coloquei o cabelo de volta, sorrindo sem graça.
-Se machucou? -Ela parecia realmente preocupada.
-Não, não, só impressão. Acho que exagerei na concentração. Vou pro Hotel, amanhã nos vemos. -Sorri.
-Acho que mais cedo do que você espera. -Ela piscou e saiu apressada pra justamente eu não perguntar.

Tentei relevar, afinal, não tinha muitas preocupações. Assim que saí da sala Robert começou a falar comigo.

-Vanessa, amanhã você tem uma reunião com Jane. Ela quer ver seu progresso, e, não olhe nos olhos dela. Ela é muito exigente, e não gosta também que fale de Jason.
-Nem eu gosto de falar dele mesmo. -Revirei os olhos e suspirei, ele riu.
-Ok, imagine Jason na versão feminina e aumente 10%.
-Assustador.
-Esta é Jane. Agora, nunca entregue nada fora do prazo. Isos significa, nem antes nem depois.
-Tudo bem, mas.. que mulherzinha chata.
-Ela é, ô se é. - Ele riu. - E, por favor, não se atrase amanhã.
-Tudo bem, é que ontem.. não durmi bem.
-Imagino. -Ele não sorriu, mas direcionou a cabeça para o encontro do meu ombro com meu pescoço, onde a marca arroxeada agora ficava a mostra. Não respondi, apenas cubri com o cabelo, e baixei a cabeça.
-Boa tarde, eu vou de táxi hoje.

Saí sem dar mais satisfações. Robert estava muito a par da minha vida, tinha medo que Zac descobrisse qualquer coisa. Mas, afastei a memória de seu sorriso caloroso e dos arrepios que eu sentia quando ele beijava meu pescoço. A aliança voltou a arder. Peguei um táxi e fui ao hotel, qual foi minha surpresa, quando Chace me esperava na recepção, calorozamente.

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Desculpem a demora, tive muitos problemas familiares. Beijos.