Em pouco tempo uma senhora sorridente e simpática chegou para vê-las. Pegou V pela mão e fê-la dar uma pequena voltinha, graciosamente. Depois, parecendo muito contente, deu dois rápidos beijinhos em Starla, voltando a atenção para V.
-Jamais pensei que lhe veria outra vez, minha cara. -Olhava para V, imaginando algo, mas se referia à Starla.
-Nem eu, Belle, nem eu. -Starla sorriu docemente. -Mas parece-me que alguém conseguiu operar um milagre no coração do meu filho, então só poderia entregá-la em suas mãos. -Pareciam velhas conhecidas, mas a forma como se moviam era muito impessoal.
-Como e seu nome, minha jovem? -Belle perguntou para V.
-Vanessa. -Sorriu sem jeito, sufocada pela impessoalidade e superficialidade dos diálogos.
-Que nome mais lindo. Sabe o que significa?
-Sim, borboletas. -Sorriu outra vez, ao perceber que a impressionara.
-Bravo! -Belle exclamou. -Meu nome é Isabelle Fontura, sua nova melhor amiga. -Sorriu consigo mesma. -Vamos ao meu escritório e conversaremos sobre a festa do ano!
Conduziu as duas para uma saleta com mais fotos de casais felizes. As paredes eram vermelhas e aveludadas, dando a impressão de uma construção do século XVIII ou XIX. As molduras douradas davam a falsa confirmação. Sentada de frente para Belle, uma das maiores wedding designers, ouvir Starla falar calmamente como eram seus planos.
-Quero algo que impressione, mas que seja discreto. -Começou.
-Sim, mas o que a jovem quer? -Belle cortou Starla de uma forma que a deixou furiosa.
-Bom... Não entendo muito dessas coisas. Principalmente da forma que é preciso que seja. -V foi sincera e agradou o coração da "sogra", dando espaço para a mesma falar.
-A questão, Belle, é que infelizmente temos que usar o noivado como prova para o conselho da People. -Belle levantou uma sobrancelha, olhando novamente para V, pressintindo a mentira.
-Por quê? -Perguntou, desconfiada.
-Porque esse casamento foi antecipado para que nosso patrimônio fosse salvo. Apesar de preferirmos uma celebração mais familiar, teremos que abranger outras elites sociais.
-Antecipado? -Belle ainda estava intrigada. -Há quanto tempo estão juntos, querida? -Dirigiu-se a V.
-Há 1 ano e meio. -V foi firme, o que ajudou. -Então, como Starla dizia, queremos algo familiar e decisivo. Ou seja, precisamos do simbolismo que isso terá em nossas vidas, e do simbolismo que isso terá para a People. -Starla se impressionou com a seriedade que V tratava as coisas. Gostava cada vez mais daquela menina que parecia tão fora da realidade, mas que entendia tudo.
-Muito bem. -Belle já tinha uma ideia. -Já sei como tudo será: o noivado e o casamento. -Sorriu triunfando.
-Mesmo? -V surpreendeu-se, Starla apenas deu um leve sorriso.
-Mesmo. Aqueles homens sem coração vão te olhar como o beato vê a cruz. Prefere dourado ou prateado?
-Para a ocasião?
-Não, de preferência.
-Prateado. -V ficou com medo da sua resposta.
-Essa é das minhas! Gosto de gente que sai da mesmice. -Olhou rapidamente para Starla, que ignorou o olhar. Acho que nora perdeu alguns pontinhos.
Saíram da saleta e foram para uma parte só de panos. Outras mulheres também estavam alí, porém acompanhadas de moças mais jovens e provavelmente empregadas de Belle. Tais mulheres olhavam para V com inveja, não tinha certeza se era por ser atendida pela dona ou por ter a "sorte" de se casar com Zac Efron. Quem sabe, os dois.
-Sei que quer algo discreto e marcante. Mas não quero te deixar velha, afinal, você tem o que, 20 anos?! -Belle disse.
-24. -V sorriu, sentindo-se elogiada.
-Juro que não parece. -Mentiu. -Mas voltando aos tecidos, lhe aconcelho este. -Mostrou um pano frio e cheio de microescamas prateadas reluzentes espalhadas.
-É muito, Belle. -Starla advertiu.
-Querida, você casou com 30. Ela nem 25 tem. Para ser a estrela da festa, tem que fazer um longo tomara-que-caia com esse pano, realçando o busto com uma tira mais apertada.
-Longo? -V também achou muito brilhante.
-Claro. Quando Starla me ligou semana passada, preparei um modelo curto, com o mesmo pano. Um dourado e um prateado porque é de prache de noivado. Mas o longo ficaria muito mais elegante. Karen, o vestido, por favor. -Uma moça sorridente chegou com o projeto em mãos. Com certeza muito diferente e masi bonito do que V e Starla imaginaram. (clique aqui)
-Impressionante. -Starla pegou o tecido.
-Eu sei. -Belle triunfou mais uma vez. -Uma sandália delicada, um brinco de pedras transparentes e um cabelo preso desfiado e voilá! Apesar de ter caprichado no seu filho, nem sei se ele ficará a altura. -Starla riu e V apenas sorriu.
-Mas e a decoração? Prateado não vai ficar bom. -Starla disse.
-Não, claro que não. Branco vai ser o ápice. Aaaaaah! Já estou vendo tudo acontecer! Venham, venham!
Pegou a mão de V delicada e apressadamente. Passaram por várias salas, enquanto ela explicava e exemplificava como ficaria tudo. De vestido à taças, de cortinas à mesas, olharam e imaginaram tudo. Belle com certeza tinha um bom gosto invejável. V jamais imaginara que era tão cansativo e exaustante fazer uma festa de noivado. Eram tantos detalhes, tantas besteiras, que sem a ajuda de Belle passariam facilmente despercebidos. Na verdade, nunca imaginara ter tudo tão grandioso e perfeito. Mas, como em um filme, as coisas fluem divinamente, o brilho é inofuscável e tudo parece caminhar para um final feliz. Porém, são apenas atores, apenas cenários, apenas ilusões. Depois de tudo ser gravado, cada um volta para a sua vida sem graça e sem brilho. E era assim que V encarava toda aquela história de casamento: um acordo.
No shopping, S tirava fotos e mais fotos de Z escolhendo o smoking, dessa vezcom permissão. Entre uma provada e outra, os três conversavam, claro, sobre mulheres.
-Ei, cara, que tal agente fazer um acordo? -S falou, enquanto selecionava umas fotos na câmera.
-Tá falando comigo? -Z perguntou enquanto olhava-se no espelho.
-Claro! -S tirou mais uma foto. -De vez em quando você me convida para a sua casa, aí você faz o favor de me deixar a sós com a sua futura esposa, no quarto de vocês. -Riu maliciosamente.
-Não nasci pra ser corno não, S. Nem de brincadeira. -Z riu.
-Qual é, cara. Não custa nada.
-Vou fingir que nem tô te ouvindo, porque eu acho que foi isso que você fez quando agente conversou antes né?
-Sem compromisso, cara. Nada de muito importante...
-Aí ela vai dizer que te ama em uma noite dessas e você vai ficar obscecado de novo. -S parou pra pensar. -Não, Scott. Sem chance de você dormir com a minha mulher.
-Se acostumou fácil com a ideia, huh? -S sentiu ciúmes.
-É melhor que eu me acostume pra não pisar em falso no PCA.
-Por falar nisso, o outro estava melhor.
-Mesmo?
-Não, é que eu quero esse. -S sorriu e Z fingiu dar um murro nele.
J sorriu para Z, como se o parabenizasse pelo feito. Logo depois, compraram os smokings. S ficou com o que havia preferido, afinal, gostara mais do que havia dito que gostava primeiro. Se assim não fosse, não seria S. Enquanto caminhavam pelo shopping rumo à praça de alimentação, colocaram J na parede. Bobinhos, não na parede de verdade.
-Conta, J, o que tá rolando com a A? -Z falou, olhando para S, que entendeu.
-Nada, ela tá ótima. -J tentou fugir.
-Pode fala, cara. Agente não divulga, não. -S falou sério.
-Não tá rolando nada, tô dizendo... -J fez uma pausa. -ainda. -Sorriu olhando pros dois que o acompanharam.
-Isssso J! O espírito com a A é esse! -S brincou.
-Para, S. -Z falou. -Mas, conta. Como foi isso?
-Ah, agente tava falando sobre você e a V, que não ia dar certo, que vocês iam se matar. Aí agente chegou nagente e ela falando que precisava de alguém sério e tal. E aí fui reparando nela, no jeito que ela falava, mexia o cabelo. Ela é linda! -Falou super entusiasmado. -E, de alguma forma, o olhar dela me prende sabe.
-Ih, já foi. Tá apaixonado pela A. -S disse, frustrado. -Pensava que ainda tinha salvação.
-Vocês deviam procurar alguém também. -J disse.
-A vida roubou o meu alguém de mim, J. -S disse, torcendo a boca.
-No momento, Zac Efron está fora do mercado. Vou atrasar todo o meu plano amoroso-romântico por um ano, nem me tente. -Z olhou para J, com uma sobrancelha erguida. -Mas como você tem tanta certeza que vai dar certo com a A? Não sei se te avisaram, mas ela é muito instável.
-Ela era instável.
-Falou o cara que acabou de conhecê-la. -S disse.
-Por isso sei mais que vocês. Tá na cara que ela não é a mesma de antes
-Coloca um pingo de vodka na água dela pra ver o que acontece. -S disse.
-Tem uma hora na vida, S, que agente cansa desses amores fugazes e tá procurando alguém de verdade, que vá te dar alguma possibilidade no futuro. Um dia ela namorou Z, hoje ela não quer mais homem assim. Por isso digo tanto a vocês que a vida não se resume a bebida e mulheres. Um dia estas mulheres vão procurar caras como eu, sabem, e vocês vão perder a oportunidade de conhecer o quão maravilhosas são. Porque assim como o tempo passa pra elas, passa pra vocês. -J falava sério. -Vocês não têm mais 18 anos. Têm 25, daqui a pouco 30, e daqui a pouco terão 60 e ficarão sozinhos, porque todas aquelas mulheres maravilhosas caíram na real e jamais vão querer alguma coisa com vocês, porque já vão ter encontrado o "príncipe" delas. O tempo ruge!
-Falou a minha mãe. -S revirou os olhos e andou mais rápido.
Porém Z ficou pensativo, enquanto apressava o passo para alcançar S. Enquanto passava por algumas vitrines de lojas muito renomadas, via mulheres deslumbrantes rindo e procurando o que ficaria melhor nelas. Em alguns relances foi vendo seu rosto refletido no vidro, e pela primeira vez percebeu que realmente não era mais tão novo quanto antes. Quanto tempo perdera pensando apenas no agora, a ponto de não reparar que o agora já javia passado. Ao sair do shopping, olhou para o celular e era tarde.
-Vamo na Mc? -S sugriu.
-Não, tenho que ligar pra V. -Z falou, ligando o carro.
-Pra quê?
-São nove e meia já, tenho que fingir muuuito bem com a minha mãe, não quero que ela descubra nunca. -Disse com o celular já no ouvido.
V já havia tirado as medidas e trocava de roupa para ter a última conversa com Belle. Viu um Z aparecer na tela do celular que vibrava em cima da sua calça jeans. Sem vontade, pegou o aparalho e atendeu-o supostamente animada.
-Amor! -No carro, a chamada estava no auto-falante.
-Minha mãe ta aí ainda é?
-Estou trocando de roupa, estou quase fechando tudo com Belle. -Starla e a consultora ouviam atentas.
-E aí, passo aí ou...
-Não precisa, amor, tá muito tarde.
-Ótimo. Vou sair com J e S.
-Certo, mas não esqueça de mim. -S morria de ciúmes enquanto V tentava, sem sucesso, colocar a blusa.
-Jamais, querida. -Riu.
-Me ligue quando chegar em casa, ok? -Z entendeu que não era pra ligar.
-Não se esqueça do PCA depois de amanhã.
-Perfeito! -Sorriu, parecendo super alegre.
-Então tchau e se divirta com a minha mãe.
-Vou morrer de saudades, também te amo. -J ria loucamente.
-Eu sempre soube. -V quis estrangular Z. Até S riu.
Desligando o celular, conseguiu enfim colocar a blusa e saiu do provador. Starla estava satisfeita com a conversa entre os dois e Belle parecia mais convencida. V sentou-se e sorriu, seu trabalho estava feito.
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