A vida às vezes é surpreendente. Uma hora se está por baixo, outra por cima. Reclamamos quando ela nos pisa friamente e regozijamos quando nos dá um singelo presente. Porém, no fim de tudo, o que interessa mesmo, é o quão rápido nosso coração conseguiu bater, até chegarmos ao grand finale. Naquele dia, o grand fianale na mansão dos Efron era simplesmente uma boa aspirina.
-Eu te odeio profundamente S! -A gritou, fazendo a cabeça de J rodar.
-Baixo, mais baixo, por-favor.
-Desculpe. -A levantou-se do colchão e encarou sem esperanças S tomar o último comprimido.
-Não sei por que ainda bebo com vocês. É deprimente. -A deitou-se novamente no colchão triplo, ao lado de J.
-Mulher fala muito, é fraca, reclama, mas na hora gosta que é uma beleeeeeeeza! -S disse, deitando confortavelmente na cama de Z.
-Ninguém perguntou para Scott. -A disse, sem olhá-lo. -Mas... coitado de Z. Deve estar morrendo lá embaixo.
-Com certeza, A. Mas parece que ele saiu com V. -J passou o braço pelo ombro de A, ela se aconchegou. S levantou-se da cama, prestando atenção.
-Foi, convidar a mãe de M pro noivado. Olhe, esse casamento vai dar no que falar, quero só ver...
-Pra que convidar a víbora pro noivado? -S perguntou.
-Ele não explicou direito. -A falou.
-Também né, ele tava vendo tudo em dobro de manhã, imagina só se ele ia explicar alguma coisa direito...
-Ele nem me falou nada...
-Claro, você tava dormindo, seu imbecil. -A fez cara de retardada, personificando S.
Derrubado, Z esperava V em frente ao seu prédio. Sua cabeça tocava uma sinfonia perfeita e regrada. Tum, tum, tum, tum, tum, TUM-TUM. A porta abriu e fechou rapidamente.
-Meu Deus, o que houve com você? -V tomou um susto.
-Ontem foi seu dia, hoje é o meu. Respeite. -Z falou, ligando o carro.
-Já começou a grosseria, aff. -V revirou os olhos.
-A, J e S tavam jogando poker lá em casa, me juntei a eles, agente bebeu demais e pronto. Final triste para Zac. -V teve que rir. -Ridícula. Tá doendo. -V riu mais ainda.
-Sai daí, eu dirijo. Agente para em uma farmácia e pronto.
-Eu tô tranquilo pra dirigir, relaxe.
-Mas eu não estou tranquila pra morrer. Sai. -V foi irônica e firme.
Já que estava com preguiça, Z saiu do carro e trocou de lugar com V. Como combinado, passaram em uma farmácia. V desceu e comprou o remédio para o "querido noivo". Vendo a paciência e a capacidade de raciocínio de Z melhorar muito lentamente, deu voltas e voltas pela cidade, pegando os caminhos mais longos até a casa de M.
Chegando lá, V sentiu um calafrio. Algo trazia medo naquele lugar. Pobre V, pelo visto precisaria escalar a torre para poder salvar o resto de credibilidade que tinha com S.
-Bom dia, Kate. -Z falou, cordialmente feliz.
-Bom dia, querido. Fiquei muito feliz ao saber da sua visita! Ainda mais com sua querida noiva. Entrem. -A falsidade era tão gritante que enojava.
Entraram e os três sentaram-se no sofá. Z procurou por algum indício de que M estaria em casa, mas o silêncio era cortante.
-Onde está Miley? -Z perguntou.
-Não voltou ainda. Comemorando. -Kate foi bem sugestiva e Z sorriu, percebendo a indireta, ou melhor, super direta dela.
-É sobre comemoração que vim falar. Esta é Vanessa, minha noiva, e queríamos lhe convidar para o nosso noivado. -Z falou alegre e V sorriu, sem jeito.
-Que honra! -Kate exclamou, realmente surpresa.
-Jamais deixariamos de convidar vocês, principalmente Miley, que foi tão atenciosa com tudo. -V deixou sua falsidade mais vívida, propositalmente.
-Zac sabe, M sempre foi muito prestativa. -Kate falou, exaltando a filha.
-Com certeza, por isso quero que façam parte do ensaio também. -Z falou enquanto programava o celular para uma chamada falsa.
-Sinto-me mais que honrada, afinal será o casamento do ano! -Kate sorriu, olhando diretamente para V que a acompanhou. O celular de Z tocou.
-Desculpe-me. -Olhou o visor. -Jullian, preciso atender. Me dão licença? -Z olhou principalmente para V. Por um momento, Kate acreditou que fosse real.
-Claro, amor. -V falou compreensiva.
-Fique à vontade, afinal quero saber sobre os detalhes. Isso só a Vanessa poderá me dizer!
V forçou o sorriso e entrerteu a atenção de Kate para longe de Z. A poucos passos Z aproximou-se do portal que o levaria ao cofre. Ao entrar no quarto, recebeu uma confirmação que era alí que se encontrava o documento. A sala, que antes era o escritório do pai, agora era o quarto de M. Retirou o grande pôster da Vougue que cobria o cofre e colocou a senha, pedindo para que M não chegasse.
Alí estava. Na verdade, era a única coisa do cofre. Deu uma lida, para ter certeza de que eram realmente os documentos. Enquanto os lia, ouviu a voz estridente de M na sala, surpresa. Dobrou os documentos rapidamente e fechou o cofre, apagando o histórico do dia. Repôs o pôster da Vougue e correu para uma varanda, que ficava ao lado do quarto principal. Em pouco tempo M chegou lá, obviamente.
-Irmãozinho. -Sorriu, aparentando felicidade.
-Olá, Miley. -Disse, fingindo desligar o celular.
-Muito divertida ela, não?
-Também acho. -Z aproximou-se.
-Você pensa que eu sou idiota?
-Por que acharia isso?
-Eu sei que é tudo mentira, você não me engana. -M desafiou.
-É tão difícil perder, pra você? Vou me casar porque amo ela. Nem tudo é um jogo, Miley.
-E o prêmio de melhor mentiroso vai para Zac Efron! -M riu alto. Bateu palmas também.
-Licença, M. -Z foi frio.
-Pode passar, loser.
-Quem ri por último, ri melhor, irmãzinha.
Pensando de Z não sabia da missa, o terço, M sorriu, altruísta. Com ouro no bolso, Z voltou à sala com um sorriso que trouxe a paz que V precisava.
-Jullian me botando a par das coisas da empresa. O PCA, o noivado, o casamento... estou ficando sem tempo pra empresa, pra mim, nem pra nós. -Sentou-se com o braço envolto na cintura de V e sussurrou-lhe "Consegui".
-Imagino a correria! Antecipar um plano futuro não deve ser fácil.
-E não é. -V falou confiante.
Passaram só mais alguns minutos engolindo a falsidade de Kate, até que enfim comemoraram no elevador.
-Não acredito que você conseguiu! Quase morri quando M passou pela porta! -V falava, incrédula.
-Aqui, pode ver. -Z sorriu ao ver o euforismo de V.
-Vou enterrar isso em um cemitério, sério! -V leu os documentos e os abraçou, enfim relaxada. -Obrigada. -Disse, olhando nos olhos de Z.
-Não precisa agradecer.
-Preciso, sei o quanto gosta de S. Obrigada, de verdade.
Institivamente, abraçaram-se. Era o maior gesto de gratidão que V poderia fazer por um "estranho". Quando a porta do elevador abriu, soltaram-se sem jeito e caminharam em direção ao carro. Desta vez, Z dirigiu, fazendo questão de levá-la para sua casa já que todos estavam lá, caindo aos pedaços.
-Vanessa! -Foi a exclamação eufórica de Starla que fez todas as atenções se voltarem para o "casal".
-Ola, Starla. Como vai? -Soltando a mão de Z, V abraçou Starla.
-Estou ótima querida, e você? -Perguntou retóricamente. -Tenho uma ótima programação para nós hoje.
-Sério? -V surpreendeu-se.
-Sim! -Starla puxou-a para o sofá, onde estavam todos. -Vamos escolher a decoração do noivado! Enquanto isso... -Virou-se para o pessoal. -Jared e Scott, meus queridos, coloquem juízo na cabeça de Zac e corram para escolher o smoking dele para o PCA. Se possível, resolvam logo o do noivado. -Voltou-se para V. -Homem é sempre mais prático. -Sorriu alegre.
-Achei uma ótima ideia. O que acha, amor? -V virou-se, como se a opinião de Z realmente importasse.
-Só se agente se encontrar no shopping depois. -V sentiu vontade de rir, só pelo fato deles não quererem nem um pouco se encontrar no shopping depois.
-Prometo que levo ela às oito. -Starla deu sua palavra, achando tudo muito bonitinho-e-romântico.
-Então eu deixo. -Z disse enquanto jogava a chave do carro no centro e sentava do lado de V, abraçando-a.
-Eles são tão lindos, não acham? -Starla falou, deixando os três amigos participarem. V sorria mais de constrangimento do que da farsa.
-Com certeza, feitos um para o outro! -A disse, tirando onda.
-Nem precisa comentar, não é? -J disse, S apenas assentiu com a cabeça.
-Mas antes, vamos almoçar! Esses quatro beberam loucamente ontem e estão precisano comer alguma coisa, não é? -Starla olhou principalmente para Z, com ar de reprovação.
-Mãe, eu estava em casa, com meus amigos, nada de mais. -Z defendeu-se.
-Não interessa, você já tem quase 25 anos, tem que aprender a beber socialmente, até mesmo com seus amigos. E além do mais, vai casar, construir uma família... Qual o exemplo que você vai dar para os seus filhos? E pior, você acha que Vanessa vai ficar que nem Lidia ? Não. Não vai. Já que tomou a decisão de casar, amadureça ao menos. -Z odiava as lições de moral da sua mãe.
-Ok, vamos almoçar.
Z disse puxado V mais rapidamente pela cintura. Starla ficou furiosa, berrando coisas do mesmo gênero. Assim que sentaram na mesa, V sussurrou para Z.
-Pode ter certeza, não vou ser como Lidia.
-Você também vai começar?
-Só estou avisando, "amor". -Falou ironicamente.
Lidia era a copeira, e normalmente trazia quantas bebidas Z quisesse sem parar. S riu de Z e ganhou um chute de presente. Super normal entre amigos. O almoço foi tranquilo, porém A teve que sair super rápido para o trabalho. V não deixou de perceber os sorrisos e carinhos trocados entre J e A, antes da mesma sair. Na porta, algumas palavras trocadas e muitos sorrisos. Depois, J colocou uma mecha do cabelo dela por trás da orelha, o que fez ela olhar para o chão. Segurou o queixo de A e lhe deu um beijo na testa. Depois, entre olhares longos demais, J fechou a porta, voltando para a mesa sorrindo.
-Acho que perdi alguma coisa. -V sussurrou para Z. S tentou distinguir as palavras que acompanhavam sorrisos.
-Muita coisa, é porque você não estava aqui ontem. -Z disse, enquanto também sorria.
-O que aconteceu ontem?!
-Pergunta pra ela. Minha boca é um túmulo, sabe. -Z fez de propósito.
-Ridículo! -Z ganhou um tapinha de leve no ombro. S havia perdido a fome já.
Enquanto Starla arrumava-se, os "quatro" conversavam na sala, esperando pacientemente.
-Como foi na casa da bruxa? -S perguntou para V.
-Completamente tenso. Mas correu tudo bem. E você, está bem?
-Melhor impossível. Amanhã já volto ao trabalho.. -Ele sorriu, tentando ser encantador.
-Que bom, fiquei preocupada. -V olhou rapidamente para Z. -Vai ao meu "noivado", não é? -Fez as aspas no ar.
-Claro, mas não por você. -V olhou para Z com cara de o-que-você-disse-para-ele.
-Que bom. -Sorriu falsamente. -Mas e aí, J! Quem deixou você pegar minha amiga?
J ficou completamente sem jeito e S começou a rir loucamente. Z não pôde deixar de rir, fazendo com que o coitado do J procurasse o buraco mais próximo para enfiar o rosto.
-E pra pegar a A precisa pedir é? -S brincou.
-Sem humor negro, S. -V falou.
-Você que colocou humor negro. Eu estava falando no sentido de ela ser bem independente, dona Vanessa!
-Aaaah! Você é terrível S! Mas enfim, explique-se Jared. -V fez cara de séria.
-Tem nada pra explicar não, ox. Que coisa...
-E aquele lenga-lenga na porta? -Z atiçou.
-Ninguém falou com Zac, não é? -J disse.
-Eu também vi. -V disse.
-Não sai daquilo, minha filha. -S foi adiantando tudo. -Aquela coisa melosa sebosa que você viu? Pronto, foi a noite toda. Um beijo de verdade não teve! -J olhava com pena de S. -Esse aí é mais devagar que lesma. Vocês dois se separam e o negócio aqui não começa.
-Fala baixo, S! -V falou.
-Oooops.
-Eu respeito as mulheres, ok? -J defendeu-se.
-Eu também respeito. Nunca fui processado por nada. -S disse.
-As mulheres com quem você dorme nem respeitam a si mesmas, quanto mais iriam cobrar respeito de você? -J foi firme.
-Ô J... A não está tão distante das mulheres com quem eu durmo. Fica a dica. -S o desafiou.
-Nem fala no nome dela, tá certo? Exijo respeito. -J falou sério. V bateu palmas.
-Está aprovado! Você é o único homem na face da terra diferente desses dois aqui, merece ela. -V disse de coração.
-Calma, V. Agente nem tá junto...
-Ainda, meu caro J. Ainda. -Starla deseu as escadas.
-Falando na Ashley e no Jared? -Starla sorriu do pé da escada. -Concordo. Ainda.
A risada foi geral, até Starla tinha percebido o clima que crescia entre os dois. Logo depois de todos os risos e de J já ter ficado de todas as cores possíveis de vergonha, resolvem sair, com pena de J.
-Vamos querida, que a La Belle nos espera!
-Vamos sim, estou empolgadíssima! -Sorriu e bateu algumas palminhas, para parecer mais real.
V pegou sua bolsa no sofá e foi em direção a porta. Por sorte ainda não tinha passado por Z quando percebeu que Starla observava-a. Lembrando-se totalmente do fato de que era noiva de Z, e que noivos antes foram namorados, e que namorados dão beijo dedespedida. Fez uma pequena pausa no caminho, ficando de frente para Z.
-Vou ter que colocar um alerta no meu celular para me lembrar disso. -Sussurrou. Z sorriu da brincadeira, o que até ajudou um pouco.
Morrendo de vergonha pelo fato de que S estava na sala, V fechou os olhos e encostou os lábios nos de Z. Ele colocou um braço na cintura dela, a puxando mais pra perto. Foi um beijo curto, pausado e sem sentimento. Os dois se olharam meio sem jeito depois, e pra ficar mais natural, Z imitou J, colocando uma mexa do cabelo de V atrás da orelha dela.
-Espero que não, mas... Te vejo mais tarde! -V falou mais alto a parte mais importante.
-Tenho mesmo que ver isso? -S sussurrou para J.
-Bom, queridos, deixem o romantismo para mais tarde! -Starla falou, quase puxando V.
-Até mais, pessoal. -V falou, olhando principalmente a expressão de S.
-Tchau V. -Só J respondeu.
Na casa o clima ficou estranho. Z não tinha muito o que falar, sentia como se estivesse sido pego traindo o melhor amigo com a namorada dele. E de alguma forma inexplicável ele não se iportava muito com isso. Ao mesmo tempo. À mesma batida.
-Bom... Vamos? -Z falou, com as mãos no bolso, aparentando despreocupado.
-Vamos, mas você tem que parar de beijar ela na minha frente. -S falou, pegando o celular no bolso da calça.
-Então é melhor nem ir ao noivado. -Z falou sério.
-E tem que ficar beijando ela o tempo todo?!
-Tem. Quando vocês estavam namorando, você não beijava ela o tempo todo?
-Beijava, mas é diferente.
-Não, finja que não é. -Z tentava fazer S esquecer V.
-Será que não é? -S indagou.
-Você que decide.
Z virou o rosto e abriu a porta, andando em direção ao carro. Talvez essa pequena dúvida causasse um desamor por V em S. Quem sabe, Z estava testando todas as opções. No carro, J fez questão de sentar na frente, normalmente as discursões amorosas entre Z e S terminavam em agressões físicas, o que não daria muito certo sobre quatro rodas em movimento.
Na limousine branca de Starla, V sentia-se totalmente desconfortável em meio a todo aquele luxo ao qual não pertencia. Olhar Starla era perto de olhar a Rainha da Inglaterra. Era glamourosa e tinha elegância até no respirar. Olhava com cautela e falava aveludadamente. Queria ser como ela um dia, mas não daquela família. Nunca, na verdade.
-Então, querida. Quis este momento em particular com você não só para escolhermos as coisas para o noivado, mas também para nos conhecermos melhor. Afinal, tivemos tão pouco tempo por causa desta confusão imensa. -Mal sabia ela que tal tempo nem teriam, se não existisse confusão.
-É. Primeiramente, queria me desculpar pelo rumo que as coisas tomaram. Tenho 24 anos e jamais me imaginaria casando, agora. -Falou sinceramente. -Até porque eu e Zac temos, digamos que pouco tempo juntos. -A sinceridade sempre vence batalhas.
-Bom, pelo menos é um ano. -Starla parou de fitar o que estava fora da janela. -Você realmente gosta do meu filho?
-Como? -V pensou não ter escutado isso.
-Você ama o Zac? -Starla a encarou amorosamente.
-Amo, claro que amo. -V sorriu, disfarçando a mentira.
-Você sabe o que é o amor? -Starla voltou a pensar longe, mas sem parar de encará-la.
-Acho que sei. -V disse sincera. Nunca amara ninguém de verdade na vida, era complicado. O amor que ela havia visto era só aquele não vivido. Starla, mais uma vez, fitou o que estava além da janela.
-Amor, minha cara, é quando você deita todos os dias ao lado de um homem que você tem certeza que não te ama. É quando você dá um filho para esse homem, e ele o vê apenas como sucessor. Amor é quando você vê ele e a amante transando na sua cama e volta pra sala, fingindo que não escutou nada. Amor é quando ele vai embora, e por mais indiferente que ele esteja, você conta os passos que ele dá. Amor é quando você mente para o seu próprio filho, em nome de uma família que nem existe mais. Amor é quando você percebe que nunca o teve de verdade, nunca o teve por completo, nunca recebeu o amor doado, e continua amando. -Assim que terminou a frase, fitou Vanessa.
-Nossa. -V ficou um pouco cansada e angustiada so de ouvir. -Estou totalmente admirada pelo o que a senhora fez pelo David. -V realmente estava.
-A questão é: nós duas sabemos que Zac tem a quem puxar. Quero saber se o ama de verdade, ou vai abandoná-lo se ele for pra cama com uma. -V preferia beijar Z mil vezes a isso.
-Starla, está querendo me dizer que ele vai me trair?
-Estou querendo lhe dizer que há a possibilidade.
-Eu confio nele. Por isso sei que ele me ama demais para fazer isso comigo.
-Não respondeu a minha pergunta.
-Amo ele, Starla. Ficaria com ele até o fim. -V tentou ser o mais convincente possível.
-Por enquanto, é o suficiente. -Ela falou, voltando a olhar pela janela. Depois olhou sorridente para V. -Não fique assustada, certo? Ele é meu único filho e casamento é uma vez na vida, então me preocupo.
-Entendo perfeitamente, Starla. -V sorriu, ainda com medo dela. -Tenho quase certeza que o meu pai vai pegar a primeira oportunidade para fazer o mesmo. -As duas riram e V assustou-se com a possibilidade.
O local era enorme e convidativo. Na entrada, dois bonecos de noivo e noiva recepcionavam e marcavam a entrada, que para V, era o castelo dos horrores. O caminho até a casa em si era feito em um tapete vermelho e a porta parecia com uma daquelas Igrejas romanas da antiguidade. Entrando via-se um esplêndido clima de luxo e romance, que de alguma forma era encantador. Se todas as mulheres do mundo pudessem ter muito dinheiro, com certeza viriam aqui.
-Nossa. -V exclamou enquanto via fotos e mais fotos descoloridas de casais sorridentes nas paredes.
-Aqui será sua segunda casa, querida. Champanhe? -Starla ofereceu e só aí foi que V percebeu o garçom que a aguardava gentilmente.
"Vou guardar todas as coisas dessa festa na minha casa para o meu verdadeiro casamento" Pensou insana e ambiciosamente. Ela estava surpreendida com a grandeza e perfeição do lugar, porém todo o luxo não tirava a ideia do fúnebre casamento. Por isso, a casa mais linda que conhecera até o momento, tonara-se seu pior pesadelo.
--x--
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