Capitulo 52.

27/12/2010 18:15

Acordei devagar, demorei para abrir os olhos. Pela primeira vez eu tinha sonhado com o meu casamento detalhadamente. Cada parte, cada pessoa, cada momento. Tão lindo, tão divino. O único motivo que me fez acordar foi o de que esse sonho eu iria realizar quando acordasse. 
Olhei meu quarto com um sorriso iluminando meu rosto. Vi minha prateleira de bonecas. Lá estavam todas as minhas bonecas, as quebradas e as inteiras. Elas sempre foram o meu maior tesouro, porque elas foram minhas únicas amigas até os oito anos. Foi lembrando disso que reparei quanto tempo se passara, e há quanto tempo eu não tocava nelas. Eu estava com 22 anos, e ia me casar. Dalí pra frente eu só ia ficar mais velha e mais longe de ser a ingênua borboleta da minha mãe. Muita coisa mudou nesses 14 anos, e muita coisa ia mudar da noite pro dia, hoje. Levatei, peguei uma Barbie de cabelos morenos e um dos meus muitos Ken loiros. Sentei na cama e olhei pros dois. Quando eu era criança eu normalmente fazia um final feliz para todas as minhas histórias, mas pra isso, eles sofriam muito. Mas no fim, eles sempre ficavam juntos. Sempre. Quando cresci, comecei a duvidar das certezas que sempre tive. Achava que eram apenas "sonhos infantis". Mas agora eu estou aqui, realizando um daqueles "sonhos infantis" que eu um dia jurei ser mentira. Todos achamos que com o tempo ficamos mais espertos, discutimos com as crianças quando elas acreditam demais no amor, e simplesmente ACABAMOS com os sonhos dela. Mas agora eu podia ver que só se ama, quando se tem a alma de criança. Você não vê um casal de namorados agindo como adultos, eles parecem uns retardados. Não sentem vergonha de ser quem são. Não sentem medo de mostrar o quanto bobos são, porque quanto mais bobos, mais estão apaixonados. Exatamente como uma criança. 
Foi alí, com meus bonecos com quem eu brincava há mais de 15 anos que eu percebi o quão cega eu fui durante esse tempo. No amor nunca se cresce, porque se crescesse viraria ódio. É isso que tem por aí, ódio. Todos querem mais e mais, todos brigam todos os dias por um pouquinho dele, para serem mais valorizados, mais importantes, mas esquecem de que o que realmente precisam é ser crianças. Criancinhas bobinhas que amam. Porque se amassem não matariam, se amassem não roubariam, se amassem não pisariam em gente humilde, se amassem sorririam. Eu amo. Eu amo meus pais, amo minha irmã, amo minha amiga, amo meus amigos, amo meu noivo, amo à Deus. É disso que o mundo precisa: amor. 
Só me libertei desses pensamentos reveladores quando minha mãe abriu a porta.

-Bom dia, flor do dia. -Ela sorriu.
-Bom dia, mãe. -Sorri de volta e soltei os bonecos na cama. A abracei. 
-Enfim, o grande dia. Como está se sentindo? -Ela falou, com os olhos cheios de lágrimas.
-Uma criança. -Disse, sorrindo. -Não chora, mãe!
-Não me peça uma coisa dessas! -Algumas lágrimas caíram. -Nem acredito que a minha menininha, minha borboletinha, que meu bebezinho vai se casar! Foi quem começou essa família e agora já vai começar outra? Awn, filhinha! -Ela me abraçou de novo.
-Own, mamãe! -Ela quase se acaba de chorar. -Não me faz chorar também não, tá? Hoje só quero chorar na hora mesmo, porque se não vou ficar com o olho inchado! -Ela riu chorando, e eu segurei as lágrimas que insistiam em cair. 

Descemos abraçadas as escadas. Na mesa tinha um big café da manhã! Por milagre estavam meu pai e Stella em casa. Foi um lágrima por todo lado. Não aguentei, juro. Até minha irmã estava boazinha. E na mesa, tinha um bolo médio todo branco, com umas borboletas rosas e outras roxas escrito "Butterfly Fly Away" foi por isso que eu chorei. Tomamos café todos juntos, aos risos e abraços. Meu pai ligou pro colégio de Stella avisando que ela iria chegar mais tarde e falou o mesmo pro chefe. E quando eles saíram ficamos novamente só eu e minha mãe. 

-Caramba, 10:20 e Zac ainda não ligou? Que coisa mais feia, vou ligar pra ele! 
-Claro que ele não ligou, filha. E nem você vai ligar. -Ela disse quando puxei o telefone do gancho.
-Por quê? Como assim? -Senta que lá vem a história. 
-Vocês só vão se falar no casamento. É a tradição. -Ela falou séria. 
-Não, mãe. Conheço a de que não pode ver o vestido antes do casamento, que tem que jogar arroz, que tem que ter uns babados azuis e blabla. Mas que não pode SE FALAR? 
-É. Starla e eu criamos essa tradição, pra vocês desgrudarem um pouco. -Sabia que tinha dedo da minha sogra no meio. 
-Isso é um absurdo! Vou ligar, heim. 
-Pode tentar. Não vai funcionar, e estou com seu celular. 
-MÃE!?
-É, e Ashley já sabe e concordou. 
-Você quer me enlouquecer?
-Claro que não, meu amor. É o suspense.
-Isso é terrorismo! Que absurdo!

Larguei o telefone e subi pro quarto pedindo a Deus que minha mãe estivesse blefando sobre o celular. Ela não estava e fiquei rindo comigo mesma de tanta bobagem. Desci e ela riu da minha cara de abusada. 

-Se ficar com essa carinha, vai acabar com rugas no rosto! Logo no dia do casamento, rapaz...
-Af, para mãe. -Fiquei esticando minha pele. -Sabe né, palavra de mãe é praga. Af af! 
-Minha praga é que você fique mais bonita que a Angelina no Oscar, tá bem agora? 
-Isso, mãe! Tá difícil, mas assim seja! 

Nós duas rimos e eu me contentei com os programas tediosos de TV. Ashley só chegou na hora do almoço tão radiante como sempre. Os cabelos, agora morenos, tiravam a artificialidade de sua beleza. Ela me olhou com carinho e antes de dizer qualquer coisa me abraçou.

-Feliz Grande Dia! -Ela disse quando nos afastamos. 
-Espero que seja um dos mais felizes mesmo, quem sabe o MAIS feliz! -Eu sorri reluzente. 
-Passei a manhã confirmando tudo. Ah, Zac está surtando, viu? Só posso falar isso do estado da criatura quando eu cheguei pra pegar as passagens para Paris, cherri. -Rimos. 
-Eu também estou surtando. 
-Ele está pior. Disse que ia me desconvidar se eu não driblasse a Starla. Imagina se eu iria fazer uma coisa dessas. 
-Só não te ameaço também porque eu preciso de você lá, comigo. -Sorri de leve, ela retribuiu. 
-Enfim, vamos comer uma coisa bem light e depois correr pro salão!
-Não é só de 5?
-Não é mais. Falei com o John e pedi pra ele fazer o serviço completo, ele pediu para irmos ás duas. 
-Que tipo de serviço completo, Ashley? 
-Esfoliação, drenagem linfática, blá blá. Acho justo, você só vai se casar uma vez na vida, querida! 
-Tudo bem, como adoro essas coisas eu não vou reclamar. 
-Ainda bem, eu não ia cancelar mesmo. u_u -Demos algumas risadas. 

As horas passaram voando e quando eu vi já estava sentada em uma cadeira de cabelereiro. Enquanto ele fazia minha sobrancelha fiquei pensando no sorriso de Zac. No quão elegante ele estaria de smoking e no quão nervosa eu ficaria quando o visse se aproximar de mim a cada passo de daria. Meu Deus, eu não posso tropeçar. Quando comecei a imaginar o mico que ia pagar, eu concentrei no sorriso. Só no sorriso. Pronto, o medo foi embora. 
Ashley estava comigo, mas só começou a se arrumar ás 17h, quando comecei as dez mil seções de cremes, esfoliantes e hidromassagem. Quando ultrapassei todos os estágios de relaxamento, e pus o pé pra fora da "ala das noivas" minha madrinha predileta estava terminando de pôr o laquê. Ela estava linda. Usava um longuete azul piscina tomara que caia. A área dos seios era como se fosse um pano enrrolado no meio. existia stress contornando a parte externa. Com cortes que davam movimento, ela com certeza seria a madrinha mais linda. O cabelo estava em coque, porém com algumas mechas soltas para dar um ar jovem. A maquiagem combinava com o vestido e a sandália era completamente delicada, em ouro velho. Quando me viu, ela deu uma voltinha, super glamurosa. 

-Como estou? -Ela sorriu. 
-Está linda! DI-VI-NA.
-Awn, obrigada. -Ela segurou minhas mãos. -Olhe, vou indo. Tenho que coordenar tudo para que fique perfeito. Nos vemos lá, minha princesinha fofa da Ash. -

Nós duas rimos. Ela me deu um beijo na bochecha e foi embora dando tchau pra todo mundo. John girou a cadeira sugestivamente para mim e eu me sentei. Ele secou meu cabelo com uns três produtos diferentes. Depois foi fazendo mecha por mecha o meu penteado, sempre jogando um pouco de laquê. Enquanto ele fazia a arte no meu cabelo, seu assistente fazia a base da minha maquiagem. Corretivo, muito corretivo. Base, rios de base. Pó até a morte. Quando ele terminou eu estava parecendo uma barbie, sem nenhuma imperfeição sequer. John começou a dar as orientações e o meu outro "passivo ativo" começou a passar o lápis, o rímel e o delineador. Eu fiquei tensa. Odiava quando alguém fazia isso por mim. Tinha medo que borrasse, principalmente o delineador. Mas depois, o resultado foi fatal. Eu estava deslumbrante. Tinha que fazer um curso desses de maquiagem, sério. 
Quando enfim John tocou no meu rosto, foi para dar cor e vida. Meu cabelo estava divinamente perfeito. Exatamente como eu tinha escolhido, parecia que ele tinha sido treinado somente para aquele penteado. Eram várias mechas para trás que se juntavam irregularmente em um coque, lindo, lindo, lindo! E, para combinar com a levesa e glamour que ele colocara no penteado ele começou a usar os tons de branco, pastel e prata para enfeitar meus olhos. O branco e o pastel prevaleciam, e o prata dava só o brilho e a intenidade. Ele colocava os tons mais fortes no canto e ia abrindo conforme a abertura do olho se aproximava. Como minha boca estaria vermelha, ele não carregou muito no olhar, até porque eu ia me casar não ia pra uma boate. Antes do blush, ele começou a espalhar o batom vermelho levemente sobre meus lábios, fazendo as curvas perfeitas. Depois colocou um blush rosa apenas um tom acima do normal da minha pele o que destacou minha boca e deu muito mais leveza ao look. Ele é O cara. Na verdade, nem sei se posso dizer cara, né.
Quando minha cabeça estava pronta, ele fez questão de pôr o meu vestido. Afinal, em obra de Francisco Costa agente não recusa tocar. Isso mesmo, Francisco Costa. Foi o presente de casamento que Jane, minha antiga/futura chefe em NYC, me deu. Ela conseguiu com que Francisco fizesse meu vestido e eu chorei quando soube. Aquele homem é DI-VI-NO. Meu vestido ficou tão lindo, mais tão lindo, que eu me casaria todos os dias só pra usar. Era volumoso, exatamente como uma princesa. As camadas eram suavizadas pelo corte que era parabólico, em direção a cauda. Minha cintura estava completamente definida com uma fitinha de renda do mesmo tom do vestido, que servia somente para definir mesmo. O "corpete" era completamente justo e amarrava atrás com uma fita branca que fazia um pequeno laço da base do tronco. Também era bem detalhado e desenhado com flores e linhas onduladas, que davam um ar de primavera. Tudo no mesmo tom do vestido, eram apenas detalhes. Detalhes em strass, claro. E, como em todo vestido de princesa, o decote era médio o que valorizava o peito que eu não tenho, e não ficava uma coisa escandalizante. Parecia que o vestido havia sido pintado em mim, o que dava o ar de era uma coisa leve e meiga. E, se vocês pensam que estava apertado, se enganaram. Eu nem sentia. Ele fez tudo com muito cuidado. Ah, uma coisa importantíssima: o véu e a grinalda. Ele desenhou tudo, óbvio. A grinalda era com as mesmas flores do vestido, só que feitas com pedras brilhantes, era linda. E quando John colocou eu me senti em um filme da Disney. Ela emoldurava meu rosto, e me fazia parecer realmente uma princesa. Pela primeira vez na vida, depois de grande, eu me senti tão especial e tão bonita. Meu véu não era muito longo, apenas longo o suficiente. Com as bordas bordadas de flores brancas e alguns strass, ele ficou bem singelo. Meu sapato era mais comum, porque se não iria ficar muita informação. Era branco e prateado, apenas pra dar o charme.
Quando estava completamente pronta, John me olhou deslumbrado. Pegou meu buquê e implorou para eu tirar uma foto, porque ele disse que eu "simplesmente era a noiva mais linda que ele tinha feito". Tirei minha primeira foto. Estava muito feliz, era tanta felicidade que transbordava, eu não conseguia parar de sorrir. Foi então quando eu me dei conta da hora. Já eram 20:30. Provavelmente a Hidden Art já estava com a maioria dos convidados e Zac já esperava por mim no altar. Mas, claro sempre precisamos do atrasinho convencional. Esperei a limousine enquanto conversava com meu pai. Minha mãe já havia ido, juntamente com Stella. 

-Está feliz? -Ele perguntou. 
-Muito. Você não imagina o quanto que meu coração tá batendo, está tudo simplesmente perfeito. -Sorri pra ele. 
-Espero que nas raras vezes que eu te ver daqui pra frente esse sorriso tão sincero e radiante sempre esteja aí, viu? 
-Awn, pai. Sempre vai estar, estou concretizando o meu felizes para sempre. E mesmo que esse sorriso não apareça no meu rosto, ele vai estar sempre no meu coração. -Mandei um beijo no ar pra ele. 
-Eu te amo, filha! -Ele disse, constrangido com a própria emoção. -E você está deslumbrante. -Sorriu, segurando as lágrimas. 
-Eu também te amo pai, muito. E... obrigada. -Sorri mais uma vez. -Nunca pensei que fosse dizer isso depois dos meus 12 anos, muito menos agora, mas você foi e é o melhor pai do mundo. 

Nos abraçamos e só nos separamos quando John veio nos chamar para podermos ir para a Hidden Art. Ele foi em um carro atrás e eu fui de mãos dadas com meu pai. Via as ruas de Londres passarem por mim tão rápido e eu queria que fossem mais e mais rápidas. Não via a hora de colocar o pé no longo tapete estendido no chão e sentir a alegria de Zac ao me ver, depois de quase um dia sem nenhum contato.
Quando faltavam apenas duas ruas, meu coração acelerou que nem um foquete. Eu comecei a ficar nervosa e a emoção era tanta que eu estava com medo de não respirar na hora. A limousine foi diminuindo a velocidade, e a cada número a menos as batidas do meu coração eram mais constantes e gritantes. Nunca pensei que reagiria assim, nunca pensei que ficaria tão ansiosa. Meus nervos estavam à flor da pele e eu conseguia ouvir a conversa dentro da Hidden, todos esperando por mim. Só esperando um sinal de que eu havia chegado, ou que iria entrar. Quando me posicionei com meu pai para a entrada eu mal conseguia sentir meus pés de tanta euforia. 
Ouvi a marcha nupcial e o som de muita gente se levantando, meu coração deu mil pinotes, parecia querer voar do meu corpo, parecia querer explodir. 

-Pai, não me deixa cair.

Foi a única coisa que consegui dizer antes de dar o primeiro passo para o encontro daquele que Deus havia escolhido para me fazer feliz até a morte. 

--x--

Hmmmmm, suspense! kakakaka. Gostaram? Espero que sim! :D Bom, antes de tudo queria desejar um ótimo ano novo pra vocês. Que vocês curtam muito e que possa estar correndo atrás de suas metas pra 2011 (:
Como viram, o Smark está com um novo visual! Pois é, teve o de Natal e esse é o de ano novo que vai ficar até o dia 06/01, como diz a tradição. E, até esse dia, eu acho que não poderei dar as ÓTIMAS, BIG E MARAVILHOSAS notícias que estou querendo dar, então AGUAREDEM, hehehehe. 

A música que está tocando agora, é como se fosse a "música de Vanessa". O nome é From This Moment On de Shania Twain. Vale a pena ler a letra e a tradução, é realmente linda. 

Divulgando...

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Então é isso. Beijos, até o próximo tweet! s2 

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