Capitulo 5.

11/11/2009 15:22

As duas semanas se passaram como um foguete diante de meus olhos. Eu percebia aos pouos, o quanto ele tentava passar cada segundo dos dias dele comigo, como sempre marcando almoços, jantares, vindo á minah casa sempre. Isso era bom, mas o motivo para isso me agoniava. Eu percebia o quanto eu ia fazer falta na vida dele, e com a viagem se aproximando, comecei a reparar a angústia e a saudade vindo de uma forma avassaladora. Parecia que eu ia perdê-lo pra sempre e isso me assustou. Não, ele era meu. De mais ninguém.

-Bom dia, Vane. - Minha irmã estava impolgada, ela adorava minha ausência. - Que horas viaja?!
-De 4 da manhã Stellinha, querida. -Sorri amargamente.
-Filha, temos que chegar lá de que horas? -Cortou nosso começo de briga, meu pai.
-Duas.
-Certo, me acorde, está bem?
-Não precisa, pai. O Zac me leva.
-Você acha que só ele sente saudades? -Eu vi algumas lágrimas acumularem nos olhos enrrugados e escuros do meu pai. Ele me amava.
-Claro que não, só não quero que durma mal, somente isso.
-Não se preocupe, vamos com você. - Ele sorriu, me abraçou e deu um beijo na minha testa. - Volto ás 8, se cuide, o almoço de vocês duas está na geladeira, é só esquentar.
-A Stella não vai pra aula não?! -MEU DEUS.
-Não, feriado.
-Tá. -Disse quase morrendo. Eu tinha chamado o Zac e a Ash pra almoçarem comigo mas tudo bem, eusupero tudo isso.

Meu pai saiu de casa de Stella ficou assistindo TV. Subi, e me arrumei, Ash logo chegaria. Sabe, entre muitas coisas que andei pensando, o principal foi que, Ash era a únia que me apoiava completamente, não deixando esconder as saudades que iria sentir. Ela definitivamente ela sabia ser uma ótima amiga, e nem eu sentia segurança, confiança até pra contar meus piores desastres. Mas.. porque estou pensando nisso ?! Está tudo ótimo na minha vida, este pressentimento de mudança não em agrada, nem um pouco.

-VANESSA! ABRE! -Era a voz de Ash, do lado de fora da porta do meu quarto.
-Amor, tá bem?!?! -Porque tanto desespero fluía da voz de Zac?
-Calma.. eu tô aqui. -Ah, claro. Eu havia dormido.
-ABRA! -Os dois falaram em simultânio. Abri a porta com medo.
-Você ficou louca?! Eu fiquei um tempão batendo na porta, o Zac quase morre aqui! -Ela colocava o dedo na minha cara, e eu sabia que isso era preocupação.
-Desculpem, desculpem.
-Você tá bem? -Os olhos angustiados de Zac, me fizeram sofrer por dentro. Porque até em pequenas coisas ele conseguia mexer tanto comigo?
-Tô, tô bem sim, amor. Eu só acabei dormindo. -Fiz uma careta.
-Você é doida Vanessa. Definitivamente! Vamos descer, por favor..

Ash desceu na frente, pra tentar esconder a preocupação. Zac me abraçou, beijou minha testa e descemos agarrados em silêncio. Lá em baixo, nós almoçamso divertidamente. Ash me contava que Scott chegaria este fim de semana, e que estava muito triste por eu estar viajando.

-Aaai, amiga. Ele vai chegar este fim de semana, e você vai tar onde? BEM LONGE DE MIM! Que absurdo Vanessa!
-Mas você pdoe me ligar e contar detalhes. Quando eu falo detalhes, não é são só as conversas de dia... Hm.. me entendeu né? -Eu queria saber de tuuuuuuudo, odeio ficar por fora!
-Vanessa.. O Zac ta aqui, ôr. -Ela estava morrendo de vergonha, mas.. o Scott já devia ter falado muito pra ele mesmo.
-Ash, que besteira. Ele deve saber mais do que eu sei..
-Sei de nada, sei de nada. -Ele disse sorrindo, divertido.

Saímos pro shopping logo depois de almoçar. Ash escolheu o shopping, porque se fôssemos pra qualquer outro lugar ela seria uma vela intediada. Pelo menos no shopping ela podia ser uma vela consimista. Eu não ouvia muito bem o que ela falava da sandália preta da Gucci¹, porque meus olhos tentavam ler os olhos azuis de Zac. Ele me evitava, tentava o mínimo de contato possível. Caramba, eu ia embora hoje, e ele desse jeito? Não entendi a reação, e isso estava me machucando.
Eram 10 da noite, e ele não queria me tocar.

-Zac.
-Oi, linda?
-O que está havendo?
-O que?
-Isso mesmo, o que é isso? Você está distante, nem me olha direito! -Eu não ia deixar ele continuar com o teatrinho, não mesmo.
-É que.. me escute, por favor. Não me entenda mal, é só que.. eu, odeio despedidas. Principalmente esta. Não quero sentir muito você, porque eu não vou te ter por um bom tempo e isso só vai me fazer pior. Acho que nem vou ao aeroporto!
-Ah, vai sim! -Ele não podia fazer isso comigo.
-Acho que não vou não. Isso não vai me fazer bem, trabalho amanhã.
-Sim, e qual o problema? Eu estou indo daqui a meia hora pro aeroporto, você vai chegar cedo em casa.
-Sim, mas do que adianta chegar cedo em casa e não dormir? Ou, você por algum momento pensou que eu iria dormir, se a cada segundo ia vir a imagem de você indo embora. Eu preciso dormir, Vanessa. -Olhei pra ele com o olhar mais triste possível.

Não tinha como rebater esta. Eu ia viajar, e ele não iria estar lá. Seria meu último momento com ele, pois, agora, meu pai me esperava com a porta do carro aberta, e gritava meu nome.

-Só um beijo. -Disse quase implorando, as lágrimas fugindo de meus olhos.
-Eu te amo, não se esqueça. -Ele me beijou.

Acho que foi um dos mais intensos e um dos piores. Era como ácido que queimava, ardia, e como mel, doce e satisfatório. Assim que nossas bocas se sepraram, senti o vazio, e o silêncio crescendo, até sua voz doce e soluçante por causa das lágrimas que caiam invadir o ar.

-Sinto sua falta, muito.
-Eu te amo..
-VANESSA! -Meu pai buzinava e gritava, parecia que ele não perebia que eu estava deixando a maior parte de mim aqui.
-Vá, tá na hora.
-Eu volto.

Ele não me respondeu, e me levou até o carro, fechou a porta, e por um impulso eu fui contra o vidro, assim que ouvi o motor do carro. Agora eu via ele se afastando, dando tchau pra mim, e cada vez mais longe, mais longe, mais longe... Até, estar longe demais para eu ver seu rosto. As luzes da cidade tinham se apagado. Eu não podia ver mais seu sorriso. Só agora eu via como era difícil ter que ir e deixar ele aqui. Aquele último abraço, o último beijo, me matarm, como é difícil, dar adeus, me despedir. Era impossível deixar ele e não sofrer, que nem aquele ditado: "Sorrir para não chorar".
Eu me sentei na poltrona do avião, senti-o decolando, e olhei a janela, as núvens, tudo ficando longe e pequeno. Realmente o amor seria a única solução pra afastar a solidão, até quando eu voltar.

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Gucci¹: Marca de acessórios americana.

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Espero que tenham gostado, Beijos. (:

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