Capitulo 49.

18/11/2010 19:13

 Eram 15:00, eu esperava Zac na sala, sem graça, com a mulher pacientemente irritada. Peguei o celular, mas hesitei. Cara, eu tinha falado, ele falou que vinha. Ela me olhou com dó. 

-Querida, tem certeza que esse casamento sai?
-Espero que sim, eu amo muito ele. 
-Ah, querida. Amor não sustenta casamento. Amei três homens e ouvi muitos "eu te amo", os três me abandonaram pra ficar com três menininhas novinhas, da sua idade. Hoje sou uma separada, sozinha. Mas não se assuste, você é jovem, case. -Ela sorriu, eu fiquei apavorada, mas respondi no estilo. 
-Sinto muito por seus casamentos frustrados, mas um casamento não dura quando só um faz com que dê certo. Vai ver que só a senhora amava né. E eu sei que meu noivo me ama, então o pra sempre com agente vai ser diferente. -Ela ficou impressionada. 
-Bom, espero que ele chegue logo então. 

Respirei e esperei mais vinte minutos. O silêncio me deu vontade de chorar. Eu não estava acreditando que ele havia me deixado plantada de novo ali. Enquanto brigava com minhas lágrimas recebi uma mensagem. 

"Não vou chegar a tempo, o estou no Big Ben desde 14:40, teve um acidente e não anda de jeito nenhum. Desculpe. Te amo." 

 Eu olhei pra mulher que me encarava um tanto calma. Engoli o orgulho, a vergonha e a raiva.

-Meu noivo está preso no trânsito. 
-Ah, claro. -Ela debochou.
-Então eu queria que a senhora atendesse as outras clientes e quando ele chegar, nos atende. -Sorri falsamente. 
-Tudo bem, querida. Boa sorte. 

Liguei pra Zac, imaginando que ele não estivesse no trânsito. Não sei porque duvidei dele, apenas duvidei. Quando comecei a acusá-lo, eu estava na recepção. Graças a Deus. 

-De novo?! 
-Eu estou no trânsito, não podia adivinhar! 
-Você acha que eu vou acreditar nisso, Zac?! Quantas desculpas mais você vai me dar?! Se não queria casar, não me pedia, caramba! -As lágrimas insistiam. 
-Você está pirando? Eu não estou mentindo! Quer que eu filme e te mande? -Ele parecia incrédulo. 
-Quero. -Disse sentindo as lágrimas descendo. 
-Eu não acredito nisso... 
-Filme se você pode provar. 
-Eu não acredito que você não confia em mim. E quer saber?! Não vou filmar não. Não sou idiota pra chegar a esse ponto não. Ou você acredita na minha palavra, ou você não acredita. Pois é só isso que você vai ter. Chego quando puder. 

Ele desligou na minha cara. Eu comecei a chorar sentada no sofá. Minha cabeça estava uma confusão: Formatura, trabalho, casamento, namoro... Eu não conseguia segurar tudo sozinha. Tinha acabado de duvidar da pessoa que eu jamais deveria ter suspeitas, por estresse. Respirei fundo antes de ligar para ele de novo. 

-Amor? 
-O que é? -Ele estava irritado. 
-Me perdoa? -Um silêncio cortante se instalou. Sai daí silêncio, a conversa é particular, ok?
-Tudo bem, tudo bem. Mas ainda estou irritado, você duvidou de mim
-Eu sei, fui estúpida. Mas foi por pressão, não vai acontecer de novo
-Muito estúpida
-Ok, pode me xingar só pra você?
-Ok. -Outro silêncio. 
-Está chegando?
-Estou, já passei do acidente. Dez minutos estou aí. Tchau, lhe amo. 
-Também te amo. 

Sabia que o clima ainda estava chato, mas já era um começo. Ele realmente chegou e a consultora se espantou. Nem ela acreditava na verdade. Então enfim, começavamos a dar passos para o altar. Pequenos, mas decisivos. A decoração estava decidida e ele iria de smooking. Outros detalhes como iluminação e pré-book decidimos também. Fiquei impressionada com a disposição dele, mesmo quando eram só detalhes e detalhes. 
Fomos jantar juntos, uma nuvem negra ainda nos sobrevoava, mas ela se dissipava com o tempo. 

-A Betty tá grávida. -Cuspi o suco no copo e me engasguei. Quem era o pai? -Calma, não tenho nada haver com isso. 
-Ah, bom. Da próxima vez você começa com essa parte. -Limpei minha boca, meu coração desacelerou. Ele sorriu.
-Ela tá arrasada, o Scott que falou. Não sabe quem é o pai... 
-Depois quando eu falo que é uma bitch, ninguém crê. Não é lasca isso? 
-Coitada amor, tava bêbada. 
-Piorou. Vamos mudar de assunto porque ela me irrita
-Mas o assunto não era a Betty, foi só um gancho
-Como assim?
-Enquanto Scott falava fiquei pensando em você... grávida. -Isso valeu outro engasgo. 
-Você enloqueceu? Nem mooooooorta! Eu não aguentava minha irmã, quanto mais um filho
-Qual o problema? É a lei da vida, casar, ter filhos... -Ele era apaixonado por crianças. Mas nessa eu não entrava.
-Amor da minha vida, razão do meu viver -A ironia correu solta. -Eu e uma criança não cabem no mesmo ambiente. 
-Por que essa repulsão? 
-Não é repulsão, é só... AAAAH! Olha, vamos com calma tá? Agente nem casou ainda! Vamos casar e depois agente pensa nisso, ok meu amor? -Joguei meu charminho básico. Alisei o rosto dele com o olhar doce. 
-Não vou desistir dos meus filhos, ok? -Revirei os olhos. 
-Garçom, fecha a conta! -Gritei pra mudar de assunto. 

Ia ser difícil domar o instindo paternal do meu futuro marido, mas... eu ia dar um jeito. TINHA que dar um jeito. Imagina só, se eu, linda e morena, iria engordar botijões, gritar seis horas numa sala de parto, ou ficar com uma sicatriz, pra depois ter que ouvir choro, trocar frauda, blá blá blá. Isso não é vida, gente. Só de pensar já me arrepio. Credo!
Fui para a casa de Zac, minha mãe ia passar a noite na casa da minha tia para não gastar muito dinheiro no salão, afinal: amanhã era a minha formatura. Assim que entrei Starla levantou a sobrancelha e Dylan começou a me cantar, ele amava irritar Zac. 

-Boa noite, norinha. -Ela falou com a voz azeda. 
-Cunhadinha, escolheu o irmão errado heim? -Eu sorri. 
-Cala a boca, pivete. Vai dormir que já ta na hora de criança estar na cama, sobe! 
-Criança, criança... Quem é criança aqui? Ow! -Dylan subiu revoltado. 
-Coitado amor, parece que não sabe que quando se tem 17 anos, pensa-se que tem 30?
-Quero nem saber, acabo com o sonho logo. Moleque chato.

Dei um beijo nele e ficamos "in love" na sala. Ele de camisa sozial, gravata. Eu de calça de cintura alta, blusa social com mangas dobradas. Dois adultos, com emprego, prestes a dar um passo imenso no relacionamento. Mas no fundo eu sentia como se estivesse vivendo um sonho adolescente, como no jardim de infância. Me sentia uma menininha de 15 anos quando dá o primeiro beijo, o gosto dos nossos beijos era o mesmo. Me sentia inocente e pura porque nosso amor era sustentado pelo maior dos amores então eu podia sim voar. O celular me trouxe de volta a terra, hora de dormir, porque amanhã seria um longo dia.

Acordei tarde, Zac havia deixado um bilhete avisando que preferiu não me acordar. Desci, tomei café da manhã na companhia de Starla e depois fui ao salão com Ashley, estava "de folga". O acordo com Jason era de manter meu celular ligado a qualquer custo. Aceitei e fui tranquila pro salão. 
Testei trocentas maquiagens até encontrar a perfeita. Ashley me ajudou com as cores e eu a ajudei com o penteado, ela não sabia se colocava meio solto ou totalmente preso. Acabou ficando com o meio solto. Eram 9 pm quando eu estava colocando o vestido. 
Tudo ocorreu fantasticamente lindo! Eu esperara onze anos por esse dia, enfim oficialmente uma publicitária. Não tive sorte com as lágrimas elas não me abandonaram em todo evento. Chorei quando tirei minha última foto com a turma, chorei quando recebi o diploma, chorei quando jogamos os chapéus, chorei quando dancei valsa com meu pai, com meus tios, e chorei quando dancei valsa com Zac. Os sorrisos também não me abandonaram. Sorri quando ganhei uma jóia da minha mãe, sorri quando Zac me beijou (todas as vezes), sorri quando abracei Ashley, sorri quando dancei valsa com Scott. Entre choro e risos, eu enfim estava formada! Agora era só comemorar!

-Como está se sentindo, heim? -Zac me perguntou. Ele estava com as mãos na minha cintura e eu com as mãos em seu pescoço, absortos do resto da conversa da mesa. 
-Uma placa de missão comprida! Bem luminosa e grande! -Rimos. Depois eu fiquei pensativa. -Tem uma coisa... 
-O que? -Ele disse, ainda alegre. 
-Fui chamada para trabalhar oficialmente na Popula NY. -Ele escondeu o receio. 
-E qual o problema? 
-O problema é que não tenho boas lembranças de lá. Nem você. 
-Foco. Você acha que ia conseguir conviver comigo mesmo te privando de uma vida melhor e confortável? Estamos juntos nessa. Nessa e em outras, eu arranjo um emprego por lá. 
-Você está falando sério?
-Claro que estou, nosso filho vai ser americano, que chique... -Revirei os olhos e dei um beijo nele. 
-Por favor, não vamos falar sobre isso, hm? -Ele riu de mim e nos beijamos. 

Dormi realizada naquele dia. A vida sorria, e eu não resistia em sorrir de volta. Tudo caminhava perfeitamente e eu não tinha dúvidas que tudo era um presente de Deus. Sim um presente lindo, enorme, e com fitas brilhantes. Juro que sonhei com isso. 
Acordei de madrugada, sem conseguir dormir. Um medo invadiu meus pensamentos, o medo de dar tudo errado. Não queria acabar como meus pais: estranhos que dormem na mesma cama. Estranhos que compartilham a mesma saliva, estranhos que que compartilham o mesmo corpo, o mesmo banheiro, a mesma vida. Estranhos que esqueceram quem eram, e principalmente o que juntos eram. Estranhos que esqueceram o que é amar. Comecei a imaginar a minha vida daqui há uns 20 anos. Provavelmente na correria de NYC, passando mais tempo no escritório do que em casa, deixando o amor enfraquecer, a chama diminuir. Senti arrepios desse futuro incerto, desse futuro medonho. Foi quando abri a Bíblia e encontrei um bilhete antigo que Rose havia me mandado. 

"Aos seus anjos, Ele mandou que te guardem
em todos os teus caminhos.
Eles e sustentarão em suas mãos,
para que não tropeces em alguma pedra. 

Ele te cobrirá com suas plumas,
sob suas asas encontrarás refúgio. 
Sua fidelidade te será como um escudo de proteção. (Salmo 91)"

Logo depois, enquanto lia a história de Ester, um versículo me chamou atenção. Como se Deus disesse: "Descansa e dorme"

"E o rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e ela alcançou graça e favor diante dele mais do que todas as virgens. (Ester 2:17)

Agora eu sabia que podia dormir tranquila, casar tranquila, e ter a minha vida tranquila. Afinal, todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, certo? 

--x--

Não está muito bom, mas foi o que consegui fazer. Espero que gostem pelo menos um pouquinho :/
Estarei viajando para São Paulo, domingo (05/12) e só voltarei na outra segunda-feira (13/12) Então, vou ficar meio sumida mesmo, porque vou aproveitar a cidade! :D 
Bom quem ainda não segue, está aqui o meu twitter (twitter.com/rutecmuniz). Lá eu aviso quando tem capítulo e a previsão do próximo, e também converso com vocês, hehe. Follow (: 
Também tenho um Tumblr (picturesay.tumblr.com) e um blog (palavrasjust.blogspot.com) se quiserem dar uma olhada, comentar e seguir, eu agradeço muito tb! :D
OOOOOOOOOOOOOutro detalhe! Agora, nós estamos com uma comunidade no Orkut (clique aqui) Sim, eu fiz e espero que vocês entrem, de verdade. É uma forma de juntar todo mundo que gosta aqui do Smark, em um lugar só. PRECISO do apoio de vocês. 
Posso falar só mais uma coisinha? $: Ok, vou falar. O BabyHudgens.com juntamente com outros parceiros fez um projeto para o novo filme da Vanessa Hudgens que estréia em 2011. Precisamos da colaboração do máximo de fãns possíveis. Se quiser saber masi do filme ou do projeto, clique aqui. 

Obrigada pela atenção e pela paciência. Beijos s2 s2

 

 

 

 

 

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