Capitulo 57

29/01/2011 00:21

Nossas férias haviam acabado faziam 2 meses. Agora iríamos enfrentar a rotina tediante de muitos casais, e essa rotina era a prova mais forte de que o nosso amor era capaz. Eu acreditava que iríamos sobreviver. Realmente acreditava nisso. 
Acordamos às 7h com o despertador tocando loucamente. Enquanto eu tomava banho, ele preparou um café da manhã rápido. Depois, enquanto eu escolhia a roupa ele tomava banho. Tomamos café e escovamos os dentes juntos. Normalmente ele me deixava no trabalho, e hoje não seria diferente. Descemos o elevador e entramos no carro. Eu peguei sua mão livre e a alisei, ele sorriu, segurando minha mão mais forte. 
Antes de sair do carro lhe dei um beijo. Nos beijamos por alguns segundos, o suficiente para aguentarmos um dia estressante de trabalho. Agora as pessoas me chamavam de corajosa. Pelo que parecia elas nunca tinham se apaixonado realmente, sabe? Nunca haviam sentido o que eu estava sentindo. Elas nunca amaram, na verdade. 

-Bom dia, insuportáveis do meu coração. -Disse à minha nova/velha equipe.
-Bom dia, corajosa. -Um coro masculino me saudou. 
-Bom dia, Hudgens. -Karen, a única mulher fora eu, me cumprimentou azedamente. Ela era a chefe do departamento de publicidade até eu chegar e ela ser rebaixada. É a vida né. 
-O que temos pra fazer hoje? 
-Divulgação de Salt. Eles querem uma coisa tipo assim: bombástica. 
-Então vamos à luta! Já tiraram as fotos? 
-Já, estão incríveis. 
-Que pena, queria tanto ver a Jolie. -Disse triste e eles riram.

 Passei a manhã toda discordando com Karen, enquanto ela achava um jeito de apontar qualquer pequeno erro meu. Na hora do almoço, como qualquer chefe, fui conversar com ela, porque afinal isso era muito infantil e nós já éramos duas mulheres adultas e sensatas. Pelo menos de minha parte.

-Karen, posso falar com você um instantinho? -Ela parou na porta. 
-Vou almoçar, pode ser depois?
-Não. -Sorri falsamente. 
-Tudo bem, fale. -Ela fechou a porta brusamente. 
-Sente-se. -Eu propus. Ela se sentou na cadeira oposta a minha na mesa redonda branca. 
-Sentei, pode começar. 
-Bom, primeiro eu queria dizer que não tenho gostado de toda essa sua selvageria comigo. Você procura cada mínimo defeito meu, e um dia vai encontrar, porque eu sou humana. Mas, eu acho que isso deve acabar aqui, afinal eu realmente quero trabalhar com uma pessoa com que eu converse e tenha certeza que ela está falando a verdade, porque com você, se eu falar algo tenho certeza que vai discordar. -Ela olhou pra mesa. -Sinto muito pelo seu emprego, mas se eles te rebaixaram, é porque acham que você ainda tem a aprender, então eu sugiro que você aprenda, porque se você continua assim não é a minha cabeça que rola, se é que você me entende né? -Ela se assustou, não conhecia o meu lado rude. -Então eu espero que você seja uma ótima colega de trabalho a partir de hoje, porque se não, eu terei que tomar medidas mais urgêntes. 
-Tipo o que? -Ela desafiou. 
-Tipo te demitir, Karen. 

Ela ficou calada e me olhou com medo. Mas eu não podia fazer nada. Não posso estar com uma pessoa que fica colocando pedra no caminho, tenho certeza que mil universitários morreriam por esse emprego, então... Era bom ela se ajeitar. 
Com a conversa, só tive 10 minutos de almoço, se é que se pode chamar aquilo de almoço. À tarde mais uma série de edições, revisões, previsões e reuniões. A hora foi passando, e quando percebi, já era muito tarde. 

-Meu Deus! Marquei de jantar com meu marido, tenho que ir embora AGORA! 
-Mas ainda falta... 
-Agente corre amanhã. Eu preciso ir, já passou do horário de vocês também. Salvem tudo, fechem tudo e go! 

Peguei meu sobre-tudo, e corri para a avenida à procurar por um táxi. Enquanto sem sucesso esperava que um bom taxista parasse para mim, liguei para o meu amado marido, para explicar o meu atraso de 20 minutos. 

-Meu amor, me perdoe. 
-Tudo bem, amor. Você está aonde? 
-Estou tentando pegar um táxi. -Um táxi parou. -Estou indo praí, na verdade. 
-Ok, amo você. -Ele mandou um beijo pelo celular. Sorri e mandei outro. 

Eu gostava da forma como ele me compreendia, mas isso não me dava o direito de abusar. Era pra eu estar em casa às 6h, pra quado ele chegasse ás 7h o jantar já estivesse pronto. Mas já eram 8h e eu ainda estava em meio ao engarrafamento da Madison Ave. Me odiava quando fazia isso. Que tipo de esposa era eu? 
Cheguei em casa intrigada comigo mesma, com um olhar de desculpas. Ele apenas assentiu e beijou minha testa. Isso significava que ele ficou chateado.

-Vá tomar um banho, eu espero. -Ele disse segurando minha mão.
-Não, eu já estou me sentindo péssima aqui. 
-Vá, é melhor que você relaxe um pouco. 

Eu apenas assenti soltando um beijo no ar. Fui rápida, e vesti apenas uma blusa do moletom dele. Ele estava com um short de malha, apesar de a noite fazer um friozinho agradável. Quando voltei do banho, com os cabelos molhados e a manga do moletom indo ao meio de minha mãe, sorri ao a casa toda escura e velas na mesa da cozinha.

-Eu não te mereço sabia? -Disse sinceramente. 

Ele apenas sorriu. Afastou uma cadeira para que eu me sentasse, e depois se sentou à minha frente. 

-Eu sei que pizza não é romântico, mas eu não sei cozinhar. -Ele disse. 
-Pizza é muito romântico quando se tem velas e uma rosa vermelha. -Sorri completamente constrangida. 
-Não fique assim, eu já desculpei, hm? 
-Mas ficou chateado. Não gosto de ser o motivo de te deixar triste. Me deixa triste também -Dei um sorriso triste. 
-Fiquei chateado, mas já passou. O que importa é que você está aqui, e que se arrependeu. Eu te amo, isso é maior que tudo. 
-Eu te amo muito, e isso é melhor que tudo. 

Pela primeira vez na noite nos beijamos. Era bom cultivar o romantismo, o momento a sós. Eu gostava de estar com ele, e à noite era o melhor momento do meu dia, porque eu sabia que ficaria com ele. Acho que eu só sobrevivia ao dia, porque tinha a certeza de tê-lo à noite. 
Nós comemos a pizza. Ele havia comprado o nosso sabor predileto: portuguesa. Acompanhando a pizza tinha o vinho que eu tinha comprado pra celebrar o nosso 1 mês de casamento, a vela refletida na taça me deixava encantada. 

-Bom, além de ter um momento juntos, eu queria conversar com você -Ele disse terminando de mastigar seu último pedaço de pizza. 
-Hm, pode falar, lindo. -E dei um gole no vinho. 
-Eu quero muito ter filhos -A última palavra me arrepiou. Era a primeira vez que ele falava isso sério. E pelo visto esta seria a nossa "conversa definitiva". -E na verdade, eu quero muito ter filhos com você. -Isso me custou mais um arrepio. 
-Meu amor, entenda. Não dá. -Olhei pra vários lugares procurando palavras para não magoá-lo. -Eu simplesmente não me vejo grávida. Não me vejo cuidando de uma criança. Não me vejo amando uma criança. Nem educando-a, entende? 
-Mas não faria isso nem por mim? 

Aquilo me pegou de surpresa. O encarei estática. Eu não tinha a resposta. Comecei a pensar no quanto que ele abdicara por mim. Ele havia brigado com a mãe por um tempo, havia ido de encontro com tudo o que pensava ser verdade, havia me perdoado mesmo eu o traindo, havia deixado toda a sua vida planejada em Londres para vir para New York, havia comprado um apartamento e o decorado especialmente pra mim, havia me dado uma lua-de-mel perfeita, ele havia feito tudo por mim. Lembrei-me de quando Rose me disse "em um relacionamento sério, em algum momento, um dos dois tem que ceder. Porque no amor, sempre cedemos. E quando temos a vontade de ceder, é Deus nos dizendo que vai ser o melhor pra nós" 

-Faria. -Todo o medo sumiu de seu rosto. -Mas não estou pronta agora. -O receio preencheu sua face, mas ele continuou mudo. Então expliquei melhor. -Eu preciso me acostumar com a idéia. Preciso entender mais o que pode acontecer comigo. Me dê apenas um pouco de tempo. 
-O tempo que você quiser. -Ele me cortou com um sorriso.
-Sabe o que é? 
-Hm? -Eu vi que ele estava realmente disposto a entender.
-É que eu tenho medo. -Ele se espantou. -Nem é da barriga, nem da gordura, nem nada disso. Tenho medo que eu não seja capaz de educar uma criança a ponto de ela não virar um drogado ou uma prostituta. Pronto, falei. -Ele viu as lágrimas nos meus olhos. -Tenho medo que eu seja um fracasso, Zac.
-Meu amor, não fique assim. -Ele segurou minha mão. -Você não vai ser um fracasso como mãe. Vai ser extraordinária. Não é porque você errou, que nosso filho vai errar. Aí é que ele vai acertar, porque você vai ensinar pra ele o caminho certo, o jeito certo. -Ele entendeu exatamente do que eu tinha medo. Quando eu falei prostituta, me referi a mim mesma. -E você não vai estar sozinha. Eu vou estar do seu lado sempre. Se o seu medo é que tudo dê errado, pode arriscar tranquila, porque você é uma pessoa extraordinária e a pior coisa que pode acontecer é ele ficar cabeça dura como você. -Ele brincou e nós rimos. 
-Seu bestão. -Eu ri e o beijei entre sorrisos. 

Ficamos nos beijando intercaladamente, enquanto a luz da vela refletia em nossos rostos. Não estávamos muito sóbreos quando fomos para o quarto. Nos deitamos abraçados, aconchegados no edredom, e nos beijando de vez em sempre. 

-Eu te amo, melhor mãe do mundo. -Ele sussurrou.

Eu apenas sorri, incerta do que podia acontecer nos próximos meses, ou até anos. Tive medo que algum incêncio acontecesse, já que havíamos deixado a vela acesa, mas o alcool no meu sangue me pedia pra eu relaxar e dormir. Segui seu conselho. 
Acordei com a cabeça pesada, mas nada fora do normal. Só o meu marido que continuava dormindo, tranquilamente. O deixei descansar e fui preparar o café da manhã, como nunca fazia. 
Dois sanduiches, dois copos de suco. Fiz torradas e ovo. Era só o que eu sabia fazer, era o melhor do meu péssimo dote culinário. O acordei às 8:30, quando já estava tomada banho. Estava me vestindo, porém ainda estava só com a calça de linho preta e o sutiã preto. 

-Meu amor, acorde. São 8:30. -Disse alisando seu cabelo e lhe dei um beijo no rosto. 
-Hmmm... -Ele apenas apertou os olhos, sem querer acordar. -Bom dia. -Disse sonolento, rindo. 
-Bom dia. -Eu sorri e o beijei.
-Acho que tomei muito vinho ontem -Ele riu e me abraçou. 
-Uhum. Agora levante porque hoje aconteceu uma coisa tenebrosa. 
-O que? -Ele ficou pensativo. 
-Fiz café da manhã. -Dei uma gargalhada e depois ele me acompanhou.

Ele elogiou minha comida básica. E naquele dia chegamos os dois atrasados no trabalho, mas a manhã foi bem light e reconfortante. Quando ele me deixou na porta da Popula, entrei sorrindo no prédio. Mal cheguei ao meu setor, meu sorriso já havia ido embora, e a correria e o falatório entraram na minha mente. 
Entrei na minha sala dando graças a Deus. A confusão ficara atrás da porta. Sentei-me na mesa com minha equipe e voltamos a trabalhar. Sempre conversando, e mais abertamente já que era a folga de Karen. 

-E aí, como foi o "jantar com o marido"? -John brincou. 
-Muito divertido, sr. intrometido. 
-Vanessa faz cara de preocupada quando sai daqui, mas é tudo atuação. Aposto que o jantar era beeem mais tarde, só fugindo do trabalho -Foi a vez de Matt
-Não, eu cheguei atrasada e o meu perdão me custou um filho, sabiam?
-Aham, agente acredita, baixinha -Eric disse.
-Tô falando sério, literalmente. 
-Como assim, você está grávida? -Matt entendeu. 
-Por enquanto, não. -Disse sorrindo. 

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